Para muitos jovens da geração Y, é comum a rotina de trabalho, faculdade, namoro e vida social. Para outros, é especialmente difícil dar conta de tudo isso. Somos o país com maior índice de ansiedade no mundo (9,3%) e depressão entre países em desenvolvimento (5,8%). Ou seja, a cada 100 brasileiros, de 6 a 10 deles apresentam algum destes problemas de saúde mental – afinal, há ainda inúmeras outros. As causas pouco importam. É preciso apagar esse incêndio.
Acordar, se sentir triste e ainda assim ter que dar conta de um dia inteiro é complicado de descrever. Há muita vergonha relacionada ao assunto, já que o descrédito é forte nas opiniões emitidas por quem está se fora. A sensação de impotência percorre todas as células do nosso corpo, mesmo sem querer. Olhamos todas as coisas bonitas que temos em nossas vidas, nossas conquistas, casa, família, namorado. Acabamos nos cobrando para que sejamos felizes, mas não conseguimos. Em vez disso, o despertar cansado, triste, ansioso e nervoso de todos os dias mal te permite pensar.
A alternativa plausível é a conversa. Mas, assim como tantas doenças de sintomas variáveis, nem sempre quem sofre quer conversar. Outros querem. O fundamental é deixar o legado da ajuda e da escuta, demonstrar que ninguém nunca está sozinho. Precisamos normalizar ao máximo essas sensações para que todos se sintam capazes de dar um passo a frente. A pessoa ao seu lado pode estar sofrendo. Mais que oferecer ajuda, entenda-a. Não diga que é preciso encarar a vida ou simplesmente viajar.
Alerte quando sua colega de faculdade for uma aluna exemplar e, de repente, começar a falhar nos trabalhos. Observe se alguém próximo vive cansado, triste, soltando pedidos discretos de S.O.S. Ofereça ajuda quando um amigo diminuir as saídas com você. Entenda todas as vezes em que seu parceiro diz: “não estou com vontade de ver ninguém hoje”. Não cobre. Procurem juntos uma solução.
Recebam as desculpas sinceras de quem luta todos os dias, mas nem sempre vence. Acredite: a sensação de fracasso dói mais em quem o tem.