Com certeza, fazer a retrospectiva político-jornalística de 2016 foi uma das atividades mais difíceis da história para os profissionais de comunicação. Ataques terroristas, queda de ciclovia, recessão de vários países, impeachment, desemprego, pés grandes, temeridades. A sensação do meme: “que que tá acontecendo?” foi constante até na vida particular de cada um. Agora, quase na metade de 2017, vemos que não estamos e, situação muito melhor. Entretanto, é preciso seguir encarando como um sopro de esperança para o mundo inteiro este ano que ainda está longe de acabar.
Falar de recomeços assumindo velhos hábitos é uma miragem, e, por essa razão, 2017 começou há meses, mas a sensação é a de que tudo continua mais ou menos da mesma forma. Enquanto não houver unidade para transformação, viveremos temerosos de perder direitos trabalhistas, Ensino Médio com uma formação humana e crítica adequada, entre tantas outras questões que nos chocaram nos últimos cinco meses.
O risco iminente de naturalização do atraso na qual o país vive demonstra que aqueles que se opõem às mãos-de-ferro não são tantos como nos idos tempos das Diretas Já. O desencontro cada vez maior da esquerda fragiliza a oposição necessária. Além de restabelecer a força dos argumentos e críticas, a defesa de valores populares e a mobilização, cabe aos cidadãos que se identificam na luta contra o poder ilegítimo e de ações parciais restabelecer a cota necessária de esperança e – por que não? – de felicidade em lutar.
O futuro precisa ser construído na luta conjunta e contínua. Com embasamento, força política, fóruns de discussão, mobilização de classes e disposição para conhecer melhor a realidade e propor alternativas transformação. Interpretar para mudar o mundo. O resto dos dias de 2017 precisam de injeções de felicidade pelo encontro dos companheiros e pela esperança na justiça social. A revolução e a alegria serão o status quo dos novos inventos.