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Fico boquiaberta com a anestesia que se abateu sobre todos nós! Sei que há muita gente fazendo coisas legais, que influenciam positivamente muitas pessoas, que são formadores de opinião, que desenvolvem atividades que afirmam o direito, a cidadania, de pertencimento.
Tenho visto belos trabalhos de diversas instituições, uma forte vontade de fazer as coisas acontecerem, caminharem para frente com a garantia de continuidade de direitos adquiridos com lutas.

Fazer acontecer em um quadro tão deteriorado, tão desesperançado, tão desrespeitoso é uma grande vitória. Tenho visto a riqueza da cultura e o empenho do setor da sociedade civil e do próprio Estado, apesar da penúria, para manter e resguardar a cultura do estado, do país.

É em tempos complexos que a criatividade se intensifica e proporciona significativos avanços. E são esses os tempos de muitos encontros, seminários, conferências, congressos sobre os mais diversos temas: comunicação, cultura, sistema penitenciário, direitos humanos, LGBT, meio ambiente, saúde, entre outros.
Muitas discussões nas redes sociais, muitas com profundidade, outras descompromissadas com o respeito ao outro – ao mesmo tempo, ferramenta que aproxima, que amplia, que pulveriza informação.
Tempos de descobertas prazerosas de pessoas que se dedicam ao seu trabalho com empenho, ânimo e paixão, que empenham seu tempo, sua vida, seu futuro, seu dinheiro no desenvolvimento das suas atividades, que transformam projetos pensados em ações que provocam mudanças de comportamento, de pessoas entre pessoas e do estado entre as pessoas, contribuindo para uma sociedade melhor e mais justa, e cada um da sua forma coopera para garantir um mundo mais humano.

Dentro de toda essa desarrumação, há uma vontade de encontrar caminhos melhores, há empenho de instituições do terceiro setor, como a ANF, em ampliar a redes de comunicação e alargá-las, democratizá-las.

Mas ao mesmo tempo, há uma apatia no ar, um desânimo, um abatimento, um marasmo que parece querer oxidar todas as coisas, uma indiferença a tudo e principalmente com o outro, uma sensação de fatalidade, de letargia; período de mudança.

É um tempo de procura de novas rotas, de novos pactos sociais. É um tempo de acertos, tentativas, recuos, avanços.
Mas acredito que todos os movimentos que a vida faz enquanto a percorremos nos sinalizam novos tempos, novas formas, novos caminhos.

Evoé!