Depois de um domingo de luta na Orla de Copacabana, as mulheres negras do Rio conquistaram mais um espaço importante. Foi instalado nesta quinta-feira, 03, o Fórum Permanente de Diálogo com as Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. O fórum pretende ouvir as necessidades desta parcela da população e buscar soluções para atendê-la.
O objetivo do Fórum Permanente de Diálogo com as Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro é estabelecer um canal permanente de diálogo entre a Assembleia e os movimentos sociais organizados que representam as demandas, reivindicações e pautas desta parcela da sociedade. A iniciativa é do professor e deputado estadual Waldeck Carneiro (PT). Mais de 200 pessoas participaram da sessão solene de abertura – entre elas, diversos líderes do movimento negro.
Para Sílvia Regina, membro do Fórum Estadual de Mulheres Negras, a nova instância empodera a mulher negra e dá mais visibilidade: “Nós temos uma garra que é superior a todas as situações dolorosas pelas quais passamos. A mulher negra criou a Caixa Econômica, a mulher negra cria os filhos que constroem esse Brasil. Vamos fazer e acompanhar o processo legislativo dessa casa”.
Dentre as primeiras medidas do Fórum Permanente de Diálogo com as Mulheres Negras do Estado do Rio de Janeiro estão a busca pela garantia de orçamento para a pasta e uma visita ao Tribunal de Justiça a fim de acompanhar o caso Rafael Braga, que recentemente teve um habeas corpus negado e segue respondendo em privação de liberdade a processo por um suposto flagrante de drogas na Vila Cruzeiro.
– Vejam a prisão injusta de Rafael Braga, vejam a mortalidade materna que mata muito mais mulheres negras do que brancas. Nossa presença aqui na Alerj precisa fazer mudança, especialmente nesse momento em que nos tiram direitos conquistados”, resume a também integrante do Fórum Estadual Luciane Lacerda.