Num auditório bastante cheio, no Sindicato dos Metroviários do Rio de Janeiro, foi aprovado ontem o dia 30 de Julho, como um dia Nacional de Luta em defesa dos movimentos populares. Desde que começaram os preparativos para a Copa do Mundo no Brasil, as comunidades carentes e famílias inteiras vêm sendo violadas sistematicamente. A partir de diversas remoções forçadas se instaurou em todo o país um estado sem leis, onde perdas de direitos democráticos e violências psicológicas e físicas viraram a regra do jogo numa verdadeira criminalização da pobreza.

A razão de toda essa atrocidade já é vinculada, através de denúncias, nos principais veículos de comunicação padrão e alternativos. Os grandes empresários ligados às empreiteiras estão ganhando subsídios volumosos dos governos, seja em posse de terrenos públicos, renuncia fiscal de obras particulares ou financiamento direto, muitas vezes sem licitações ou acompanhamento dos órgãos fiscalizadores. Com isso comunidades inteiras vêm sendo removidas sistematicamente para interesses desses empresários e políticos.
Remoções realizadas para a obra da Transcarioca ao redor da favela do Campinho, em Madureira, na zona norte. Foto: Eduardo Sá/Fazendo Media.

No dia 30 de Julho, ocorrerá a prévia do sorteio das chaves dos jogos da Copa do Mundo. Está marcado para a Marina da Glória, no Rio de Janeiro. A grande imprensa, governos e empresários querem transformar este dia numa grande festa de início das atividades dos jogos. Para nós do movimento popular, através de associações de moradores, entidades sindicais e estudantis, organizações civis e imprensa alternativa, neste dia nada teremos a comemorar a não ser a grande mobilização de luta e de indignação que faremos, para repudiar os ataques dos governos e empresários e nos solidarizarmos com as famílias atingidas.

Queremos ainda unificar todas as categorias em luta salarial como os profissionais da educação e saúde, bombeiros, servidores públicos federais, com o movimento popular, contra todos os ataques dos governos com a vinda dos jogos mundiais.

– Não as remoções forçadas e violações cometidas às comunidades e famílias inteiras.

– Pelo fim da política de limpeza étnica e da pobreza a serviço da especulação imobiliária

– Contra toda criminalização dos movimentos sociais e perdas de liberdades e direitos democráticos.

– Não aos desvios de terrenos públicos da União, estados e municípios para as grandes corporações e renuncia fiscal das obras particulares.

– Pelo fim dos desvios de verbas públicas, falta de transparência nos gastos e construções desnecessárias que só servem ao enriquecimento ilícito.