Sarau, rodas de conversas, performances, feira literária e shows. A mistura destes elementos forma a Balada Literária de Salvador, que ganha sua terceira edição entre os dias 03 e 05 de novembro de 2017, no Espaço Cultural da Barroquinha e Teatro Gregório de Matos. Desdobramento da Balada Literária de São Paulo, o evento baiano mantém o mesmo espírito de descontração e livre expressão das ideias, colocando a literatura em diálogo com diferentes expressões artísticas. Com curadoria dos escritores Marcelino Freire e Nelson Maca, o evento homenageia o cantor e compositor do Morro de São Carlos Luiz Melodia, falecido este ano, e o poeta piauiense Torquato Neto.
Inspirada nestes dois artistas fundamentais, a programação começa com uma edição especial do Sarau Bem Black, na sexta (03), que será embalada pelas canções de Melodia. Apresentado por Nelson Maca, o sarau terá participações especiais da poeta paulista Luz Ribeiro (ganhadora do Slam Brasil 2016), do percussionista Jorjão Bafafé, do grafiteiro Zezé Olukemi e do grupo de rap Opanijé. Como sempre, terá microfone aberto para quem quiser declamar. “Apesar de não ter o estereótipo do militante, Luiz Melodia, tal qual Itamar Assunção, Lady Zu, Rosa Maria e Jards Macalé, são fundamentais para se compreender, de maneira ampla, a poética e a musicalidade negra brasileira”, afirma Nelson Maca.
No sábado (4), a programação vai falar da vida e obra de Torquato Neto – o Anjo Torto que passou como um furacão pela música popular brasileira – o contexto cultural em que ele surgiu e desdobramento de seu trabalho. Serão três mesas: a primeira, às 14h, traz os escritores Marcelino Freire e Jorge Ialanji Filholini (contista indicado ao prêmio Jabuti 2017), conversando com os piauienses Wellington Soares (escritor e editor da Revista Revestrés) e Paulo José Cunha, que é primo de Torquato; na segunda rodada (15h30), a jornalista Laura Bezerra dialoga com o escritor baiano Orlando Pinho, personagem atuante da contracultura baiana, e com os músicos Edbrass Brasil e Lia Lordelo, do projeto Torquatália; na sequência, a jornalista Tatiana Lima bate- papo com o músico Tuzé de Abreu, figura que viveu o Tropicalismo.
O dia termina com apresentação do show Torquatália, às 19h, no teatro Gregório de Mattos, que traz a cantora Lia Lordelo acompanhada por Heitor Dantas, Uru Pereira, Antenor Cardoso e Edbrass Brasil, que assina a direção artística. No repertório estão parcerias de Torquato Neto com Gilberto Gil, Edu Lobo, Caetano Veloso, Jards Macalé e Carlos Pinto. A abertura da noite fica por conta do poeta Nelson Maca num duo com DjGug. Considerada uma das vozes mais importantes da Tropicália e da contracultura brasileira, Torquato Neto destacou-se em composições como Geleia Geral e Lets Play That, que fez, respectivamente, em parcerias com Gilberto Gil e Jards Macalé. Torquato assinou a coluna Geleia Geral no Jornal do Brasil, bastante atenta ao desbunde da época.
Prosa, poesia e performance
No último dia, a programação da Balada tem como destaques a literatura negra e as novas formas de declamação e conta com participação da cantora paulista Fabiana Cozza. É ela quem abre as rodadas de bate-papo, às 14h, conversando com o ator e diretor teatral Elias Adreato, que tem dirigido seus últimos espetáculos; às 15h, a professora Milena Brito fala da força da atual literatura negra baiana com os escritores Lívia Natália, Fábio Mandingo e Landê Onawalê; e às 16h30, acontece uma edição pocket do Slam Lonan, disputa poética na qual os participantes têm tempo delimitado e são avaliados, na hora, pela plateia. Os convidados são os baianos Fabiana Lima, Evanilson Alves e Rilton Júnior e a paulista Luz Ribeiro.
Fechando a terceira edição da Balada Literária Baiana com muita música e poesia, Fabiana Cozza se apresenta no Gregório, com uma versão especial do show “Partir”. Em canções marcantes em seu repertório, ela estará acompanha do violonista baiano Léo Mendes e contará com a participação especial do cantor e compositor Roberto Mendes. Quem abre a noite é o escritor Marcelino Freire.
A Balada Literária de Salvador é uma criação do Coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia e da Balada Literária de São Paulo. Este ano, além da capital paulista, onde acontece de 8 a 12 de novembro, o evento contou com uma edição em Teresina, Piauí, nos dias 20 e 21 de outubro. Para essa expansão nacional foi fundamental a parceria estabelecida com o governo do Piauí, através da Secretaria Estadual de Cultura. Na Bahia, o evento conta com apoio da Fundação Gregório da Matos.
Confira a programação completa:
Sexta-feira, 03/11
18h às 20h30
Sarau Bem Black Especial – Homenagem a Luiz Melodia
Participações: poeta Luz Ribeiro (SP), percussionista Jorjão Bafafé, grafiteiro Zezé Olukemi e grupo Opanijé
Lançamento: Dia Bonito pra Chover (Malê) de Lívia Natália
Onde: Espaço Cultural da Barroquinha;
Gratuito
Sábado, 04 – Mesas
14h: Marcelino Freire e Jorge Ialanji Filholini conversam com Wellington Soares (PI) e Paulo José Cunha(PI)
15h30: Laura Bezerra conversa com Orlando Pinho e Edbrass & Lia Lordelo (Torquatália)
17h: Tatiana Lima conversa com Tuzé de Abreu
Onde: Espaço Cultural da Barroquinha
Gratuito
Show – Torquatália
Abertura: Nelson Maca e DJ Gug
Local: Teatro Gregório de Matos, às 19h
Ingresso: R$20|R$10
Domingo, 05 – Mesas
14h: Fabiana Cozza conversa com o ator e diretor Elias Andreato (SP)
15h: Milena Brito conversa com os escritores Fábio Mandingo, Lívia Natália e Landê Onawalê
Slam Lonan
16h30: Com os poetas Fabiana Lima, Evanilson Alves, Rilton Júnior e Luz Ribeiro (SP)
Onde: Espaço Cultural da Barroquinha
Gratuito
Show – Partir
Com Fabiana Cozza e Léo Mendes (violão). Participação especial de Roberto Mendes
Abertura: Marcelino Freire
Local: Teatro Gregório de Matos, às 19h
Ingresso: R$30|R$15