As letras do Legião Urbana, na voz do artista do vagão do trem na linha Gramacho x Central do Brasil, parecem preces cantadas. Olho em volta e é como se todos se comunicassem com olhares, acenos de cabeça, suspiros de cansaço.
O cara na minha frente, fecha os olhos e segue em uma visão particular. Suas expressões traduzem uma vivência aparentemente profunda com a história citada na letra de Renato Russo.
Seguimos, enfatizando que ainda “somos tão jovens”.
Entre notícias, estatísticas, problemáticas a serem resolvidas e guerras não oficiais, nos sentimos como se estivéssemos em manhãs tão cinzas. Nesse momento, queríamos ter o nosso próprio tempo, mas ainda seguimos à espera do tempo que Marthin Luther King nos deixou para sonhar.
Começamos e terminamos o dia sabendo que não temos mais tempo a perder, buscando lembrar, mas esquecer de tudo. Seguimos cansados, sufocados, derramando um suor sagrado e lutando não apenas por nós, mas pelos que estão por vir. Não cogitamos a possibilidade de desistir. Desejamos ver o sol nessas manhas tão cinzas.
Me perguntaram certa vez como eu aguentava tudo isso, como seguia, como era tão forte. Não me considero forte, mas resistente o suficiente para olhar em volta e continuar acreditando, sabendo que, mesmo hoje, quando já não tenho medo do escuro, será preciso manter as luzes acesas.
No olhar de cada aluno que participa da jornada “Autoestima Na Educação”, mesmo em realidades brutalmente destoantes, vejo que é preciso continuar mapeando, trabalhando e atuando de forma planejada.
Temos todos os motivos para perder esse tempo, cansados de tudo, tão sérios. Mas precisamos continuar acreditando, potencializando e gerando novas fontes de mudança positiva.
Qual sua estratégia para revolucionar o mundo?