O Natal chegou, e, com ele, um monte de ansiedade, mas também esperança e alegria. É tempo de festa, da celebração da amizade, do compartilhamento, da percepção do outro. É dia de se aproximar do outro, percebê-lo de perto e trocar boas energias, que é o melhor presente para se receber e oferecer também. É época de fazer as pazes com os diferentes e com os iguais, de abrir as comportas internas e trocar carinho – é milagroso, renovador, mágico!
O Natal em familía é a festa em que realmente comemoramos o milagre de termos nos encontrado nesse mundo e poder conviver, exercitar amor, dividir medo, alegrias, e aprendido uns com os outros a importância de ser uma família, da oportunidade ímpar de podermos caminhar mundo afora. Para nós, tem uma simbologia muito particular. Sempre foi a reafirmação de que estávamos vivos e resistindo, juntos, e estarmos juntos é prazeiroso, trocar nos faz bem!
Apesar dos tempos difíceis, apáticos, cruéis, creio na força da energia que constrói, que aproxima, que completa, que cria. Acredito no amor como raiz matricial de todo movimento do universo, e é esse sentimento que move o mundo, que muda o mundo!
As ruas não estão iluminadas. São tempos de penúria, de vergonha, de ajuste de contas, de pagamento de fatura pela elite de comportamento desviante, viciado, usurário, criminoso, que transformou “o Brasil inteiro num puteiro”, como já dizia o grande poeta Cazuza!
Peço ao Velho Noel que nos traga a força devida para caminhar sobre o que restar e refazer pactos sociais em bases respeitosas, solidárias, cidadãs. Que o espírito do Natal nos inspire, nos energize, nos tire da apatia.
Sou uma velha otimista, acredito na mudança, na virada, na magia do novo, no pacto com o humano, no pacto com o divino. Por isso, apesar das calamidades sociais e políticas que assolam o mundo, acredito que o sentimento bom que ecoa através do universo vai nos levar em uma direção segura.
É um momento de reflexão, de percepção de onde podemos fazer a diferença, onde podemos fazer por menos, onde podemos mudar. É um momento de troca, de transformação!
Desejo a todos uma ceia repleta de gente, de emoção, de sorrisos. Sorrir é curativo, então, se lambuze com o carinho do humano em sua volta, se alimente da alegria, da harmonia, da misericórdia – mas não esqueça dos que sofrem, dos excluídos, dos doentes, dos presos, dos trabalhadores desempregados, dos moradores de rua, dos funcionários públicos que, mesmo em tempos aviltantes, saem todo dia para trabalhar sem receber salários.
Ainda que o quadro atual seja confuso, quase esquizofrênico, aproveite e exercite Deus no Natal!