O mês de março é caracterizado como um período de lutas para o conjunto das esquerdas, pois é lembrado anualmente as lutas das mulheres que, organizadas, juntarem-se para reivindicar os seus direitos. Importante lembrar que ser mulher numa sociedade patriarcal, branca e heteronormativa é uma contestação desde o nascimento, e se for mulher negra então, é saber que terá marcas das mais variadas formas de violência e seus corpos e mentes. Basta recorrermos ao atlas da violência e constataremos o quanto essa sociedade em que vivemos nos oferece riscos a todo minuto; a mulher negra é a que mais sofre violência e a que mais morre diariamente.
Por essas e outras opressões que entre os dias 03 e 23 do corrente mês convocamos toda população a participar do conjunto de atividades que serão desenvolvidas em todo o município do Rio de Janeiro. É necessário que todas e todos se insiram. Precisamos mostrar aos machistas, racistas, “LGBTfóbicos”, “gordofóbicos” que estamos atentos aos nossos direitos e que essas formas de violência contra nossos corpos não passarão.
Chega de sair às ruas e ter medo de nos acontecer algo, chega de violência doméstica, chega da polícia matar nossos jovens. Vamos às ruas dizer basta! Em tempos de intervenção militar, já passou da hora de lutarmos para que a polícia e o exército vão atrás dos verdadeiros traficantes, ladrões, assassinos etc., que bem sabemos não moram nas favelas. Em todas essas “operações” nas favelas a polícia nunca encontrou um helicóptero com 500 kg de pasta para a produção de cocaína, ou R$ 130 mil e mais joias na casa de alguém ou ainda uma mala com R$ 500 mil.
Precisamos reagir urgentemente, antes que nossos jovens não tenham mais futuro ou melhor dizendo, antes que o futuro deles seja a morte ou o encarceramento, pois como temos visto, prisão não é para branco e rico, só é para pretos e pobres. Chega de invasões em nossos lares, de tiroteio onde moramos, chega de morte, chega de dor. Só queremos que nos deixem viver tranquilamente na favela onde nascemos, como disse um poeta!
E é contra essas opressões que nos juntamos e pautamos outro forma de viver em sociedade. Vamos, escolha uma atividade e participe, teremos cinedebate, saraus, reuniões abertas, rodas de samba etc. Diga não ao racismo, diga sim à vida. Faça parte dos 21 Dias de Ativismo contra o Racismo!!!