08 de março: A luta pelos direitos das mulheres é negra!

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Hoje é um dia que deve ser especialmente lembrado, pois há séculos nós mulheres temos lutado para garantir direitos fundamentais, tal qual, o direito de estarmos vivas. Por isso, todo ano o conjunto das forças progressistas realizam jornadas de lutas, mobilizações, saraus, marchas para pautar esse importante dia de conquistas e de novas lutas.

Nossos passos vem de longe. E hoje quero destacar o papel da mulher negra, a importância da mulher negra para a conquista dos direitos civis, políticos e sociais. Recentemente li no livro “O que é lugar de fala?”, de Djamila Ribeiro, o seguinte trecho da intelectual, cujo o pseudônimo é Sojouner Thuth:

“Aquele homem ali diz que é preciso ajudar as mulheres a subir numa carruagem, é preciso carregar elas quando atravessam um lamaçal […] Nunca ninguém me ajuda a subir numa carruagem, a passar por cima da lama […], em seguida ela pergunta: E eu não sou mulher?”.

Isso foi em 1843.

Queremos dizer que alguns direitos e benefícios eram para algumas mulheres, isto é, para mulheres brancas, pois Sojouner foi nascida em cativeiro e sempre trabalhou tanto quanto um homem. Mas a luta pela liberdade é negra, e apagar essa história é mais uma atrocidade do pensamento branco, europeu, heteronormativo e patriarcal, em que, infelizmente, atravessa o feminismo branco, pois também “esqueceram” de contar a nossa história.

No Brasil, tivemos Dandara, Zacimba Gaba, Anastácia, Luiza Mahin, Tereza de Benguela, Aqualtune, Zeferina, Maria Felipa de Oliveira, Acotirene, Adelina Charuteira, Rainha Tereza do Quariterê, Mariana Crioula, Esperança Garcia, Tia Simoa, Na Agontimé, Maria Aranha, Eva Maria de Bonsucesso, Maria Firmina dos Reis, Zacimba Gaba, Carolina Maria de Jesus e milhões de outras mulheres que lutaram muito para que chegássemos até aqui.

Veja leitora(o), quantos nomes desses conhecia? Pois bem, uma tarefa para ontem é sabermos da história não contada da população afrobrasileira. Vamos juntxs?

Até dia 23 deste mês acontecem diversas atividades no combate à violência contra a mulher e o racismo. Desse modo, poderemos já iniciar a acessar a história que não nos foi contada. Venha participar. Está linda a campanha.