A Copa vem cheia de expectativas sociais
como aconteceu há alguns séculos atrás
quando fugindo da guerra a família real
veio fundar no Rio uma mini-portugal.
Rio de Janeiro escolhido pela corte
Rio de Janeiro espremido pelo corte
do que vem de fora e entra sem pedir licença
do que vem de cima e o sujeito não aguenta.
O nativo esperava que gerasse autonomia
O brasileiro nem era brasileiro ainda mas
já era otimista e continua achando ótimo.
Herdamos da corte sua arcaica burocracia
que de tão fora de contexto até hoje nos emperra.
A Copa que vem de fora e promete benesses
entra na sociedade com a sutil violência
dos que sabem o que é melhor para o outro.
A despeito de tudo isso o povão se constrói
e reconstrói de dentro para fora.
Favela é dentro do lado de fora e tem pressa
urge de fome do corpo e conquista montanhas
de almas armadas até os dentes
de poesia na munição e alerta.
Preparada para a trocação.
SÓ PEGO ARMA PARA TRANSFORMA-LA EM ARTE
SÓ FAÇO ARTE AO TRANSFORMA-LA EM ARMA