Na última quinta-feira (23), foi publicada uma matéria no portal G1, apontando o número de mortos em nosso país. O Estado do Rio de Janeiro, mesmo com a intervenção militar, não participou do levantamento, e não aparece na lista dos cinco estados com o maior número de mortes violentas, que tem no topo os estados do Nordeste.
Especialistas apontam o tráfico e a disputa de território para venda de drogas como um dos responsáveis pela alta taxa da criminalidade, além do aumento da briga de facções. O consenso entre os especialistas ouvidos pelo G1 está no perfil tanto de quem mata, quanto de quem morre. Negro, baixa renda, pouca escolaridade, idade de até 29 anos e moradores de periferias, onde o Estado só se faz presente como força policial, ao invés de atuar com políticas públicas que promovam ascensão social e diminua o abismo dessa desigualdade.
Em média, uma pessoa morre a cada 9 minutos. No entanto, quando se fala em combater a violência, a educação não entra como um dos critérios. A ideia é sempre aumentar o policiamento nas comunidades. Fica o questionamento: será que aumentar o contingente de policiais não seria impulsionar a guerra, uma vez que a polícia do Brasil é a que mais mata e também a que mais morre? Os policiais carregam algo em comum com os criminosos, a cor da pele em sua maioria.
No Estado do Maranhão, por exemplo, o governador Flávio Dino está investindo em educação, uma das principais soluções para transformar o meio social e diminuir a violência. O número de mortos no Brasil, por ano, o colocaria em posição de guerra, mas em nosso caso, seria uma guerra particular, onde os principais responsáveis pelo tráfico de drogas e armas nunca são presos ou mortos, sempre tendo como finado o varejista ou o policial que vai para o confronto, além dos inúmeros inocentes que morrem por conta dos tiroteios.
Dizem até que existe bala perdida, mas na prática ela é endereçada, tendo como destinatário as zonas de exclusão, um lugar que só é visto como violento quando devolve a mesma violência que recebe.