Desde domingo, 15 de julho de 2018, o Complexo do Alemão vem sofrendo invasões da polícia militar do Rio de Janeiro. Neste mesmo dia foram cinco assassinatos por essa mesma polícia; na segunda-feira ocorreu uma grande operação militar e hoje novamente o morro é invadido. Há relatos que a operação alcança a Grota, Nova Brasília e o Adeus, é o Estado amedrontando os moradores.
Não se pode falar que é segurança pública quando nós faveladxs temos nossas casas invadidas por policiais armados e que a tudo destroem. A sensação não é de segurança, mas é de medo e tristeza; no primeiro caso trata-se da insegurança de passar pelas ruas, becos e vielas e vir aqueles homens raivosos com fuzis, prontos para matar; e no segundo caso, porque em sua maioria são negros, ou seja, mais uma vez a branquitude nos coloca uns contra os outros e pensar que esse genocídio não tem nada a ver com a população negra, ou melhor, não somos nós que o criamos, mas somos nós que morremos.
É urgente elaborar e lutar por outra forma de segurança pública que não seja a militarização da vida social; chega de andarmos nas ruas podendo ser mortos a qualquer momento e sair nas manchetes de jornais que mais um ‘bandido” foi assassinado. Precisamos denunciar o racismo dessa política de segurança, pois nos torna sempre alvo da polícia que sempre nos mata, ser pretx nesse país é saber que somos os matáveis, é ter mães que não dormem enquanto xs filhxs não chegam, é ter a casa arrombada e sofrer todas as outras violências contra nossos corpos. E a cada dia mais fica evidente que nossa bandeira de luta deve ser: Pelo fim da polícia militar já! Vidas negras importam!!!