Mães exigindo justiça

Mães e familiares de vítimas do estado foram provocar o Ministério Público hoje, quarta-feira. “Viemos cobrar tudo o que ele deveria fazer e não faz”, explica Patrícia, da Rede contra a Violência, desde o controle das operações policiais e militares nas favelas e até o encaminhamento de tantos casos de assassinatos parados em delegacias sem que nenhuma resposta seja dada aos pais que perderam seus filhos.

 

“O chamado Auto de Resistência nada mais é do que uma desculpa do Estado para matar impunemente”, analisa Mônica, do movimento Moleque – pelo direito de adolescentes cumprindo medidas socioeducativas no Degase.
Faixas e banners foram estendidos na calçada, levando os rostos e nomes de meninos cuja maioria não tinha sequer 16 anos quando foi morta pela polícia, geralmente com tiros nas costas. Nos muros e nas janelas do prédio, ecoaram as vozes unidas dessas mães que vieram dar seus depoimentos e pedir, em nome da favela, o singelo direito de viver, sem ter que ouvir um helicóptero atirando a toa, sem ter medo de que seu filho, irmão ou amigo seja um dia “confundido com traficante” e morto no mesmo segundo.
Mas o próprio Estado que deveria proteger está matando. O próprio Estado que deveria garantir o direito de ir e vir, é quem mais impede ele nas comunidades do Rio. O próprio Estado que deveria fazer a justiça acontecer, segue travando os processos judiciários.

Esse foi o principal recado deixado na porta do Ministério Público hoje de manhã e por coincidência algumas horas depois de mais uma intervenção que matou mais dois jovens em Manguinhos.