Paradoxo

Versando me expresso,
entre linhas sou paradoxo,
buscando paz nesse labirinto.
No nevoeiro espesso
enxergo e desatino,
mostrando sou ofendido,
me surpreendo a cada grito,
me assusto e vou seguindo.

O conceito filodoxo na claridade explana,
o que sai daqui de dentro te espanta e
colocam a culpa da verdade nas flores de porcelana
quando mostro a realidade da casa da mãe Joana.

A mãe não dorme com o filho na rua,
eu não durmo por gostar da lua.
Me preocupo com as voltas do mundo,
sou filho da rua que se sentem melhor no escuro.

Sem leite com pêra,
degusto o azedo do mundo,
Onde se levanta cedo para toma rasteira e
se tapa o sol com a peneira.
Sem iogurte para gelar na geladeira ,
Tendo apenas garrafa pet, sem adesivo, com água de torneira.
Se acorda com os raios do sol fazendo foco dando folga pra as manhãs de goteira.

Vidas em becos e vielas ,
meninas de treze com crianças de meses
escorrendo do nariz a meleca,
um começo mais cedo ,
uma vida intensa que se segue com medo
mas bate nos peitos e não perde a esperança.

Culpa de quem o descanso mundo ?
O mundo faz o descaso da culpa.
Quem pariu mantém e balança,
só que até ontem era uma boneca e
hoje são duas crianças.

O pai não fez o papel de homem ,
comeu e não lavou a louça ,
da polícia o mesmo se esconde,
e deve pensão de outras crianças.

Fez como cachorro magro
Comida no papinho e pé no caminho.
A papinha não pode comprar e o
do leite diz que não tem para dar,
mas no baile os baldes tem para esbanjar,
usando lança para poder postar.

_Víctor Tavares, câmbio desligo !!_