Corte de 239 equipes de saúde da família e saúde bucal na cidade do Rio

desemprego e saúde cada vez mais precária. Créditos: Reprodução da Internet

É o prefeito cuidando das pessoas.

A Prefeitura do Rio anunciou, nesta terça-feira, seu plano de reestruturação da Atenção Básica, com o corte de 239 equipes, sendo 184 de saúde da família e 55 de saúde bucal. Serão 1.400 postos de trabalho a menos, e as demissões começam nesta quarta-feira. A região de Jacarepaguá, Barra e Cidade de Deus, na Zona Oeste, que compõem a região administrativa (AP) 4.0, será a mais atingida, com 36 equipes a menos, uma redução de 28%. Em resposta à medida, profissionais de saúde realizaram, de manhã, um protesto na Cinelândia. Eles caminharam até o Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ), onde uma comissão entregou uma denúncia ao procurador-geral, Ricardo Martins.

O secretário-geral da Casa Civil, Paulo Messina, afirmou que o plano de reestruturação da Atenção Básica levou em conta a produtividade das equipes e o índice de desenvolvimento social (IDS) da região. Ele garantiu que equipes que atuam dentro de comunidades não serão atingidas pelos cortes. No entanto, áreas carentes como Bangu, Realengo e Santa Cruz também terão profissionais demitidos. Na AP 3.1, que inclui Ramos, Penha, Vigário Geral, Anchieta, Pavuna, Complexo do Alemão e Maré, serão menos 15 equipes. Na AP 5.1, região de Bangu e Realengo, 34 equipes deixarão de existir. Já na AP 5.3, em Santa Cruz, 14 equipes serão demitidas.

O poder público não pode deixar de disponibilizar Atenção Básica para todo carioca, mas há um atendimento desigual. Numa clínica da família da Barra, cada consulta dura em média 30 minutos. Na unidade da Rocinha, são dez minutos. Algumas áreas têm mais equipes do que precisam e outras têm menos. Vamos reorganizar isso – diz Messina.

Segundo ele, nenhuma clínica será fechada e todos os pacientes inscritos na estratégia de saúde da família continuarão sendo atendidos. Os pacientes que fizerem parte de equipes que forem extintas serão realocados em outras equipes. De acordo com diretrizes do Ministério da Saúde, cada equipe pode atender até 3.500 pessoas. Messina afirmou que isso será respeitado.

– Vamos eliminar equipes com baixa produtividade e aumentar o número de atendimentos das equipes que permanecerem – afirmou Messina.

O objetivo desses cortes é economizar R$ 166 milhões, que serão aplicados em outras áreas da Saúde.

Sabemos o impacto do déficit na Atenção Primária. Cerca de 50% das pessoas que procuram as UPAs deveriam estar na Atenção Primária (clínicas da família), mas não são absorvidas, porque é um atendimento que não está adequado – disse a secretária municipal de Saúde, Ana Beatriz Busch.