Existem diversas instituições no Complexo do Alemão e em outras favelas e periferias que cumprem um papel acolhedor. Nelas, muitas crianças, jovens e até adultos buscam refúgio.
Quando eu as visito, fico me perguntando: será que as famílias dos que frequentam esses espaços têm noção do quanto eles são importantes?
O que seria desses territórios se não existissem essas instituições, os projetos e as pessoas que se propõem em dedicar seu tempo, sua vida a fazer algo pelo próximo?
Um grande desafio que muitos têm enfrentado é em como mantê-los aberto e funcionando.
Demasiadamente se pensa, se cria, se trabalha.
São esforços que trazem como “recompensa” ora o sorriso de uma criança ou um(a) jovem que chegou triste, cabisbaixo(a).
Ora uma mãe que percebe que seu (sua) filho(a) está a ouvindo, relatando que seu (sua) filho(a) está se dedicando mais aos estudos, colaborando com afazeres simples do cotidiano.
Seria um sonho empresários, marcas, artistas famosos, conhecerem mais essas instituições, perceber a importância desses trabalhos que são realizado e ter a sensibilidade de que eles poderiam contribuir para transformar, salvar mais vidas.
Sei que há os que já fazem, mas a desigualdade ainda é gritante e poderiam fazer mais.
Nas madrugadas de insônia, fico tentando arquitetar maneiras de conseguir atrair a atenção dos que poderiam colaborar.
Poderiam pensar: – chegamos até aqui, sim, nos esforçamos, temos tanto, por que não compartilhar um pouco.
Não falo apenas de grana.
Há diversas maneiras de fazer a diferença.
Sendo voluntário, doando tempo, conhecimentos, equipamentos…
Imagine que incrível você saber que a sua doação, a sua colaboração revelou um novo talento, contribuiu para a compra de um necessário equipamento, alimentou e fortaleceu quem está ali se agarrando aquela oportunidade… que você foi um dos responsáveis por transformar o dia de alguém melhor.
Falta pouco mais de um mês para o ano terminar.
E aí, o que podemos fazer para não deixar que essas instituições deixem de acolher?
Imagine e se permita, de alguma forma, ser essa pessoa.