Tem uma coisa sobre mim que poucas pessoas sabem.
Quando eu era criança minha mãe me colocou para fazer balé.
Eu lembro que tinha duas professoras.
Eu era gordinha e mesmo com as dobrinhas na minha barriga tentava segurar as pontas dos meus pés.
Não via aquilo como uma obrigação para me formar em bailarina profissional.
Quando tinha as apresentações eu me sentia a própria bailarina naqueles palcos.
Além do balé, fazíamos a dança jazz. Essa eu confesso que me divertia mais. Era mais livre e os movimentos mais soltos.
Não lembro o por quê parei de dançar balé ou jazz.
Na minha adolescência eu conheci a lambaeróbica. Na Vila Olímpica do Alemão, a sala ficava lotada de jovens querendo aprender as coreografias dos hits do momento.
Nos meus quinze anos, conheci a dança de salão.
Cheguei até a fazer parte de um grupo de dança formado pela minha madrinha de crisma. Grupo de dança Deise Luci. Dançamos em muitas festas de 15 anos.
Que época boa…
Outra época que não tenho vergonha de lembrar é quando eu lançava meus passinhos e ia com a “palma da mão no chão”, literalmente. Risos
Dançando eu me divertia, me sentia livre, leve, solta.
Por que eu parei de dançar?
A dança é algo que todos nós deveríamos agregar em nossa vida.
No início de novembro eu fui convidada a acompanhar um ensaio fotográfico com crianças e jovens do Projeto Vidançar na Cidade das Artes.
Não pensei duas vezes em aceitar.
Já era fã do projeto e poder acompanhar um pouco mais de perto esse projeto que já vem revelando tantos talentos na dança, criando oportunidades para os participantes é uma grande satisfação para esta que vos escreve.
Para alegrar ainda mais meu coração fui convidada pela Ellen Serra, a responsável por ter implementado esse projeto no Complexo do Alemão, para ser mestre de cerimônia do evento de Natal.
Foi uma tarde de domingo especial.
Eu estava cercada por crianças, vestidas de colã e saias de tule.
Eu me vi nessas crianças. Eu viajei no tempo.
E eu percebi o quanto a vida é generosa comigo mostrando que ter estado ali vivendo esse momento é estar vendo a minha criança interior feliz por estar vendo a oportunidade que aqueles jovens estão tendo.
Por isso, projetos como o Vidançar são importantes, necessários e não podem acabar.
A dança é algo tão extraordinário que todos deveriam sempre se tirar para dançar.