A desordem vem da falta de planejamento urbano e acompanhamento dos governos. Créditos: reprodução da internet

Na manhã desta última quarta-feira (5), o radialista Clóvis Monteiro, durante o seu programa “Show do Clóvis Monteiro”, transmitido na Super Rádio Tupi, deu uma declaração bem polêmica e controversa, a respeito do comércio de lava-jatos: “Esses lava-jatos na zona norte estão deixando a cidade muito feia”.

Essa frase veio em função dos lava-jatos ocuparem as ruas de maneira que atrapalham o trânsito, na visão do jornalista. Mas essa responsabilidade não pode ser toda colocada para cima dos proprietários e trabalhadores desses locais. Antes de criticar isso, é importante pararmos para pensar em alguns pontos dessa problemática. É necessário, primeiramente, cobrar as autoridades competentes para diminuir a burocracia para abrir-se um negócio por aqui (é um problema nacional), pois assim os empreendedores teriam caminhos mais fáceis para se instalar em um local adequado.

A certeza é que esses tipos de estabelecimento não podem simplesmente fechar ou sumir. O serviço de lavagem de automóveis é uma necessidade da população. Além disso, é uma ótima oportunidade de trabalho para jovens que buscam se ocupar, gerar renda honestamente, e fugir do mundo do crime. Como sabemos, vivemos em um país que não garante boas condições a juventude, principalmente em questão de educação e preparo para o mercado de trabalho. Entretanto, felizmente, tem muita gente que quer sobreviver e buscar seu espaço, da maneira que for possível. Muitas famílias são sustentadas com os salários dos lavadores.

Um caso que tem relação com este é o de camelôs que são perseguidos e removidos de calçadões pela cidade, por reclamação de pessoas da mídia e até moradores, com o argumento da desordem. Isso é perfeitamente compreensível e válido, mas não se pode culpar apenas os trabalhadores, que estão ali tentando ganhar a vida, seja vendendo produtos ou lavando carros. Como disse, é preciso cobrar governantes para melhorar o preparo para o mundo profissional, principalmente para os jovens, ou até oferecer espaços públicos adequados, como áreas de comércio popular.