Essa é a última sexta-feira do corrente ano, em geral iniciamos o ano seguinte com muitas expectativas e esperanças de momentos melhores; pois bem, 2019 nos parece bem diferente disso, seja pelo presidente eleito, seja pela violência que nos acerca diariamente em que vidas negras estão sendo ceifadas.
Mas hoje escrevo minha coluna semanal para dizer que somos resistência, que o amanhã será melhor, que lutaremos e seremos felizes. Não nos desesperemos, não percamos nossa esperança e vontade de viver. A história desse país é de um povo de batalha, que nasce no árido e faz de uma caixa de fósforo um samba.
Isso não significa que tudo será lindo, que não teremos perdas, mas sim que devamos nos juntar e enfrentarmos todos os embates aquilombados. A casa grande tem medo de nós negras e negros, já entenderam que somos sementes e continuaremos a renascer mesmo que nos enterrem.
Enchamos nossos corações de afeto, de cuidado, de amor e bora correr gira; esse mundo nós que criamos e devemos fazer dele nossa habitação. Sigo em pé e altiva, estendo a mão para quiser caminhar lado a lado; nunca fez tanto sentido dizer: “é tudo nosso, nada delxs”. A elite brasileira nunca nos deu nada, sempre tomamos o que nos é de direito, nossos ancestrais perderam a vida para estarmos aqui. Que venha 2019 para a luta e pretinhosidade. Ubuntu.