2019 e o muro das lamentações

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Essa é a primeira escrita nesta coluna de 2019. Pela primeira vez senti uma passagem de ciclo com um clima de luto; como alguns disseram, estou com medo de dormir em 2018 e acordar em 1964. De fato o rumo do país é bem incerto e aquilo que temos certeza tende a ser bem ruim aos progressistas.

Talvez pela minha ancestralidade não tenho me visto desesperada, o que não é o mesmo que estar tranquila. Mas é a certeza de que sobreviveremos e superaremos tudo isso. Para nós negras e negros sobreviver e resistir é regra sempre, um não anda descolado do outro.

Tenho visto muitos amigos tensos, depressivos, chorosos. Entendo, respeito a dor, o momento, mas não podemos ficar no muro das lamentações, pois nos imobiliza e nos cansa. Escrevo isso porque é cansativo só ouvir lamentações e nada ser feito. Talvez seja hora de se recolher, se cuidar, curar as feridas, nem sempre estamos bem e é bom parar e acertar os passos.

Recuar também é estratégico, pois adoecidos não avançaremos. Iniciei o ano banindo tudo o que não me faz bem, e será um árduo caminho, mas é isso o que escolhi para mim no ano de 2019. Consideremos que devamos fazer escolhas e se cuidar é uma delas, qual é a sua escolha para 2019? Pense nisso.