Em dezembro de 2018, a Declaração Universal dos Direitos Humanos completou 70 anos. Proposta pela ONU em 1948, esse documento traz vários ideais relacionados a valorizar e defender a vida humana exigindo direitos de igualdade, democracia, justiça e liberdade.
Infelizmente, quando falamos de Brasil nesse aspecto, percebemos que esses pontos não têm sido bem respeitados. Segundo o balanço geral mais recente do Ministério dos Direitos Humanos, em 2017, os canais administrados pela pasta (como o disque 100) receberam 142.665 denúncias, média de 390 por dia. Entre os públicos considerados mais vulneráveis após a análise de dados, estão crianças e adolescentes, vítimas de negligência e violência psicológica, física e sexual; idosos e pessoas com deficiência, vítimas de negligência, violência e abuso financeiro; e a população LGBT, alvo frequente de discriminação.
Os casos de desrespeito aos direitos humanos estão sempre acontecendo. Esse ano, grande destaque para o assassinato de Marielle Franco, que trabalhava para defender as minorias mais necessitadas, e o motorista Anderson Gomes. O crime aconteceu em março e ainda está sem solução. Podemos lembrar também do homem assassinado por estar com um guarda-chuva na mão, que a polícia “confundiu” com um fuzil. Nossa humanidade vai sendo cada vez mais ameaçada. Inclusive, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos está no país para produzir um relatório a respeito. A preocupação deles também está ligada a crimes contra agentes do meio ambiente e trabalhadores rurais.
Texto publicado na edição do jornal A Voz da Favela de dezembro de 2018