G.R.E.S Acadêmicos da Rocinha

A Acadêmicos da Rocinha é a junção de três blocos da comunidade: o Império da Gávea, o Sangue Jovem o Unidos da Rocinha. O primeiro desfile da escola foi em 1989 e, em 1991, foi para o grupo especial pela primeira vez, onde ficou até 1996, quando, sendo a segunda colocada do grupo A, subiu para o grupo especial. A partir de 2002, a escola se manteve no grupo A. A Acadêmicos da Rocinha já trouxe muitos enredos interessantes e inusitados para a avenida, como em 2011, ano em que o enredo foi “Rocinha, estou vidrado em você!”, demonstrando o processo de produção do vidro desde a areia até os cristais. Antes disso, em 2010, o enredo autoral foi Ykamiabas, baseado no livro Ykamiabas – Filhas da Lua, Mulheres da Terra, com a escola quase rebaixada para a série B. A história das praças também já foi abordada pela escola em 2012, angariando o 8° lugar. Para 2019, a escola se reforçou com o intérprete Ciganerey, vindo da Mangueira para substituir Leléu (que foi para o Império Serrano), com o ex-presidente da Vila Isabel (Wilson Moisés), na direção de carnaval e com o carnavalesco Júnior Pernambucano, que irá desenvolver o enredo “Bananas para o Preconceito”, o qual você confere abaixo:

Voa liberdade!

Entra na roda sinhá

Meu povo quer igualdade, respeito

Essa luta é tanto sua quanto minha

Vai ter quizomba

No quilombo da Rocinha

 

Tire o preconceito do caminho

Que eu quero passar com minha cor

Plante flor sem ter espinhos

O ódio não flagela o amor

Senhor, a liberdade ainda não raiou

Quem deveria me chamar de irmão

Tem tanto desprezo na alma

Porque se somos iguais na raiz

Primatas na essência

Mas só a mim restou a cicatriz?

 

Abre a porta da senzala ôôô

Me liberte das mazelas, ê favela

Bananas que a vida dá

A gente consome

Quando a fome apertar

Quero ver, quem não come

 

E quando a liberdade é lei

De congo à Chico-Rei

A negritude é ouro

É arte que enfrenta a chibata

Nos terreiros de Ciata

É mão no couro

O negro é forte feito baobá

Verdadeira fortaleza

Coisa de orixá

Ê crioulo

Erga essa cabeça, vai na fé

Ê crioula

Mostra que a nossa raça

Não é só samba no pé

Não, mil vezes, não replique a dor

Que o preconceito fere igual punhal

Quando atravessa nosso peito