Estamos de volta aqui no sambódromo, para o segundo dia de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Ontem, você viu no nosso portal e redes sociais a cobertura completa das sete primeiras agremiações da Série A que passaram pela avenida. Hoje, teremos o restante delas, para completar os desfiles do grupo de acesso de 2019. Unidos de Bangu, Renascer de Jacarepaguá, Estácio de Sá, Unidos da Porto da Pedra, Império da Tijuca e Acadêmicos do Cubango estarão presentes aqui para levantar o público na Sapucaí. Mas afinal, você sabe quem foi o Marquês de Sapucaí, que hoje dá nome à uma das avenidas mais famosas do mundo? Então a gente te conta agora.
Seu nome na verdade era Cândido José de Araújo Viana, e nasceu em Congonhas de Sabará, nome antigo de Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Um fato curioso é que seu nome de origem era Cândido Cardoso Canuto Cunha, mas o mudou aos 13 anos, por questões familiares. Viveu entre 1793 e 1875, e foi importante figura dos tempos de D. Pedro I e D. Pedro II, além do período regencial, tendo ocupado cargos como deputado, senador, desembargador, conselheiro do Império, ministro das Finanças e da Justiça. Também foi presidente das províncias de Alagoas e Maranhão.
O jovem Cândido, com 21 anos, foi nomeado pelo príncipe regente Dom João VI para o cargo de ajudante de ordenança do Termo de Sabará. Depois, foi estudar na Universidade de Coimbra, em Portugal, e voltou bacharel em direito.
Sua multiplicidade de funções desempenhadas impressiona até hoje. Foi professor de literatura e ciências positivas de Dom Pedro II, nomeado mestre nessas áreas e, posteriormente, ainda cuidou da educação da Princesa Isabel. Teve papel no aprimoramento do Museu Nacional. Seus feitos refletiram até na economia, porque ele empreendeu reformas e propiciou a estabilização financeira do país. Recebeu do imperador o título de visconde em 1854 e de marquês em 1872. Faleceu no Rio de Janeiro, no dia 23 de janeiro de 1875, e foi sepultado no Cemitério da Ordem de São Francisco de Paula, em Catumbi. No início da década de 1980, o nome do Marquês de Sapucaí foi dado à avenida aonde passaria o sambódromo, para a maior festa do mundo.
No Carnaval de 2016, ele foi homenageado pela Beija-Flor, que levou para a sua avenida o enredo “Mineirinho Genial! Nova Lima – Cidade natal. Marquês de Sapucaí – O poeta imortal!”. A escola conseguiu a quinta colocação naquele ano.
“Ecoou um brado de resistência. Ao longe se ouviu a voz da independência. Pelo Brasil, impera felicidade. Já raiou a liberdade”, disse um trecho daquele samba-enredo.