Campo do São Paulo. Rua Antônio de Pádua, Saramandaia

Nós somos Saramandaia, sempre fomos e nunca deixaremos de ser.

O amor por um bairro marginalizado pode até parecer estranho, mas essa mudança de perspectiva é facilmente adquirida quando se conhece as histórias, vivências e a rotina de um povo carente que conta com o esforço coletivo de seus habitantes para tornar Saramandaia um berço de vida, cultura e arte.

Reprodução. Campo do São Paulo. Saramandaia

Nessa perspectiva surge “Retalhos”, um documentário que traz as memórias afetivas de uma comunidade na fala do menino Emerson Almeida e seu sonho de poder levar o nome de Saramandaia ao mundo através de sua arte circense, sempre com um sorriso puro no rosto.

Nos traços do grafiteiro Thito Lama, que desenha e canta os males sociais servindo de exemplo e alertando os jovens da comunidade.

E na sabedoria ancestral do Sr. Armando, um dos moradores mais antigos do bairro que ainda mostra a lucidez necessária para conduzir Saramandaia para novas conquistas.

As ruas vivas trazem o nome dos ilustres moradores e os heróis de lá não usam capa, mas já colocaram seus poderes mortais em ação com o objetivo de desfazer o olhar preconceituoso que recai sobre todos da comunidade.

Os retalhos estão sendo montados e passado, presente e futuro do bairro vivem com um objetivo em comum; manter viva a memória de Saramandaia.

Segundo o diretor do documentário, Lúcio Lima, Retalhos retrata uma Saramandaia mais viva, apresentando o lado A que não é visto na mídia. Retalhos é a memória viva do bairro periférico Saramandaia em Salvador e a ideia central é quebrar toda essa visão marginalizada que as pessoas de fora têm sobre o bairro.

Reprodução: Rua do Tubo- Saramandaia

Conforme, Lúcio Lima, o documentário resgata e conta histórias de personalidades influentes, abordando a convivência e as gerações que habitam ou habitaram esta comunidade. Esses moradores/narradores retratam as suas histórias, os pontos positivos e negativos que existem dentro da comunidade, a formação do bairro, bem como as suas histórias de lutas, resistências e de conquistas individuais e coletivas de seus habitantes, a fim de fortalecer as suas identidades artísticas e culturais.

Daí a necessidade de registrar tudo isso na linguagem cinematográfica.

Se você ainda não assistiu “Retalhos”, não fique triste, pois, a TVE exibirá na próxima Sexta-feira29 de Março às 21h.