Com o propósito de criar um forum permanente feminino, o Grupo Dandas Mulheres de Atitude abre nesta sexta-feira, dia 11 de novembro, às16h, o primeiro ciclo de quatro debates que serão realizados trimestralmente de forma itinerante, em diversos pontos da cidade.

Sob o título de “Empoderamento da Palavra Feminina”, o evento terá início no Auditório Nelson Carneiro da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro – Prédio Anexo – 6º andar. Os próximos encontros estão marcados para acontecer nas comunidades da Rocinha e do Jacarezinho.

O discurso de abertura será proferido pelo “padrinho” das Dandas, o deputado André Lazaroni, e já confirmaram presenças no debate as educadoras Dalva Lazaroni, Sandra Almada e Elizabeth Sussekind. No encerramento, um show demonstrativo do hip hop   produzido pelas quatro integrantes do grupo.

Dandas e o Hip Hop Mulher

O Grupo Dandas Mulheres de Atitude – o verdadeiro nome deste Fabfour tupiniquim – nasceu na periferia do Rio. Estruturado nos quatro pilares essenciais na chamada cultura Hip Hop – o rap (a música falada), o grafitte, o break e o Dj., tais funções são desempenhadas por Rosileine Bragança, Paula Pardon, Riane Leandro e a Dj Tamy Reys.

O grupo começa a despontar de maneira inédita, até porque poucas mulheres ousam se aventurar nesse tipo de música. Mas uma coisa é inegável. Desde o início de sua criação, o Dandas exibe uma diferença marcante. Tendo o hip hop como fio condutor, enquanto os homens ainda reproduzem o formato antigo, as cariocas cantam e avançam para o lado social da questão, buscando tanto a sobrevivência pessoal como a da própria cultura hip hop, em sua versão feminina.

“A luta das mulheres do hip hop não se limita às batalhas entre DJs e grupos de break”, diz Rosileine Bragança, líder e fundadora do Dandas, que é compositora e cantora de rap e samba. Também pudera. Conhecida como Negra Rosi, ela trilhou um caminho natural: além de ser sobrinha e afilhada do soulman Gerson King Combo, desde pequena curte o privilégio de cantar com ele.

Guerreira na vida e na carreira artística, Negra Rosi conta que o grupo usa como combustível os preconceitos que se acumulam. “Sobretudo por sermos mulheres – de origem negra, a grande maioria. Somos também discriminadas pelo fato de morarmos na periferia. Mas vamos em frente”, diz, toda animada.

Por Jussara Martins