Na segunda-feira, o presidente da República, Jair Bolsonaro, canetou a demissão do colombiano Ricardo Vélez, que agora é ex-ministro da Educação. Com a vaga livre, quem vai assumir será Abraham Weintraub, que participou também da equipe de transição Temer- Bolsonaro. E Weintraub possui características muito parecidas com a do presidente e ministros como, por exemplo, o viés ideológico e o antipetismo. Defendendo, aliás, coisas que vão desde os pensamentos de Olavo de Carvalho até a aproximação do Brasil com Israel.
De início, demonstrou ideias como: Ao invés de ensinar filosofia e sociologia em regiões do Nordeste, ter aulas de agronomia e matérias parecidas. Ao ler isso, entendemos que essas matérias são mais úteis do que os estudos sobre a humanidade para aquela realidade. Só que, se a gente olhar bem, não ensinar as ciências sociais e filosóficas, na prática, é fazer com que as pessoas fiquem fáceis de se “fazer a cabeça”. Sendo assim, seria, mesmo que não diretamente, contribuir para que a população fique em péssimas condições de se posicionar enquanto cidadãos. Pelo que parece, essa atitude seria apoiada pelo Estado de Israel, que seria parceiro trazendo tecnologia.
Depois, quando o assunto é política Weintraub se torna muito polêmico, principalmente ao falar do ex-presidente Lula e de manifestantes de esquerda. Em algumas oportunidades disse que os monopolistas( que para eles são os comunistas) estão nas instituições financeiras e nos jornais e que estavam ligados com Fernando Haddad na época das eleições de 2018. Mas, novamente, quando olhamos bem, vemos que essas mesmas instituições estão aprovando as pautas governistas e falando mal da era PT.
E, como se fosse pouco, o ministro ainda é autor de comentários preconceituoso. Nessa mesma ocasião acima, referiu-se à Lula com apelidos como ” o nove dedos” por conta do dedo que o ex-chefe de Estado perdeu quando era torneiro mecânico. E, somado a isso, fez uso de nomes mais chiques como “sicofanta”, que significa enganador ou impostor. Para ele, é muito difícil que o ex-operário saiba palavras como essas.
No mais, só podemos dizer uma coisa: “O ministro chegou chegando”, tanto pelo seu histórico quanto pelas suas pretensões. E, pelo que tudo indica, ele será um dos principais homens de Bolsonaro na articulação com o Congresso. De certa forma, o perfil totalmente contrário ao que se espera de um Ministro da Educação é nada mais do que o retrato da sociedade preconceituosa e que faz o país não avançar.