Créditos: Ana Beatriz Moda

Ontem, dia 15 de maio, cerca de 200 mil pessoas foram ás ruas do Rio de Janeiro para protestar contra o corte de cerca de 30% da verba destinada às instituições federais. 200 mil pessoas descontentes com o desmonte da educação no Brasil. O Rio de Janeiro parou e até a chuva, presente durante o dia inteiro, deu uma pausa para ver os estudantes, professores e demais presentes na greve da educação contra o corte de verbas.

Créditos: reprodução da internet.

Aliás, nem o próprio governo sabe se é corte ou se é contingenciamento. A diferença entre um e outro é que o corte é definitivo, já o contingenciamento, é uma redução temporária na quantidade de dinheiro repassada às universidades. Paulo Guedes, Bolsonaro e Weintraub já se enrolaram tentando explicar o que vai acontecer daqui pra frente na educação brasileira.  O fato é que a população foi ás ruas reivindicar o direito assegurado pelo artigo 205 da Constituição Federal, que diz:

“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.”

 

O que Bolsonaro está fazendo é desmoralizar a ciência brasileira. Quando o Ministro da Educação (ex-aluno da USP, universidade pública) disse que as universidades produzem balbúrdia –que significa confusão- os produtores de ciência se viram diante de uma blasfêmia. As universidades públicas produzem cerca de 90% das pesquisas que o Brasil possui. Isso é confusão?

Manifestações tomaram o centro do Rio. Créditos: Vitória Barbosa.

No dia 15 de maio, o que se viu nas ruas do Rio foi uma chuva forte. Chuva de pessoas lutando pelo direito ao conhecimento. Eram faixas e cartazes dos mais variados; o que se via era um tsunami de gente disposta a provar que Weintraub e Bolsonaro estão errados; o que se ouvia era uma entoação de cantos que diziam que os estudantes não têm medo do presidente; o que se sentia era uma força inexplicável para lutar pelo que é nosso.

Créditos: Ana Beatriz Moda

 

O presidente, que viajou para Dallas, nos EUA, falou, em entrevista, que os manifestantes são “massa de manobra; idiotas úteis” que não sabem quanto é “7×8” e nem a fórmula da água . Pelo visto, Jair Bolsonaro gosta de desqualificar quem pensa diferente. É o preço da ignorância. O deputado federal Marcelo Freixo respondeu em seu Twitter que os estudantes não só sabem a fórmula química da água como estão “fazendo um tsunami” contra os cortes ma educação.

 

Ao final das manifestações, houve tumulto e um ônibus foi incendiado na Central do Brasil. Não houve registro de feridos, mas alguns estudantes foram presos. O que se sabe, no entanto, é que de nada adianta prender os estudantes porque eles transformam jaula em sala de aula há anos e (re)xistem.