Atendendo à convocatória de entidades estudantis, sindicatos e outros movimentos sociais ligados à educação, mais de 50 mil pessoas participaram da manifestação.
Na tarde de ontem (15), estudantes, docentes e familiares se reuniram na Rua da Aurora, em frente à Assembleia Legislativa de Pernambuco para protestar contra os cortes de verbas que chegam aos 30% da verba de custeio das universidades federais e a até 40% do orçamento voltado à educação básica, segundo estudo realizado pelas entidades estudantis.
Com muita irreverência, a população demonstrou enorme insatisfação e revolta com as medidas e acusou o governo federal de promover uma chantagem, exigindo a aprovação da sua reforma da previdência para rever os cortes.
“Existem diversas medidas que poderiam ser tomadas para aumentar as reservas públicas, investir nos direitos sociais e ainda estimular a economia e a geração de empregos, mas o Presidente não as toma porque desagradam aos patrocinadores de sua campanha”.
Governantes comprometidos com a população fazem o que for necessário pra aumentar os investimentos em educação, porque sabem que os benefícios retornam multiplicados para a sociedade na forma de conhecimento e desenvolvimento”, expõe Manuela Mirela, Presidente da União dos Estudantes de Pernambuco. Ela utiliza como exemplo a medida anunciada pelo Governo de Pernambuco, que anunciou um incremento de 26% na verba de custeio da Universidade de Pernambuco, um dia antes da manifestação.
De fato, o cenário em Pernambuco é inspirador: seja no nível básico, seja no superior, os avanços alcançados no estado nas últimas duas décadas são cada vez mais visíveis. Os resultados alcançados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) comprovam que o aumento nos investimento gera frutos: em 2018, Pernambuco apresentou crescimento anual de quatro décimos, alcançando a nota 4,5 do índice, quando a média nacional foi de 3,5.No ensino superior, o estado conta com um instituto e três universidades federais, uma universidade estadual e bastante penetração no interior. Um dos cursos mais concorridos do Sistema de Seleção Unificado (SISU) nos últimos anos é sediado num campus surgido com o processo de interiorização realizado através do Programa de Reestruturação das Universidades Federais (REUNI). Trata-se do curso de Medicina no Campus do Agreste da UFPE, localizado no município de Caruaru, onde também aconteceu uma grande mobilização. A Capital do Agreste levou mais de dez mil pessoas às ruas no protesto que acompanhou a onda nacional.
NOVA MOBILIZAÇÃO
Com o sucesso da mobilização, as entidades estudantis anunciaram nova onda de protestos no dia 30 de Maio, quando esperam ainda mais gente nas ruas. Assim, o Brasil viverá uma sequência de pelo menos três manifestações em nível nacional, em apenas um mês, já que as centrais sindicais convocaram uma greve geral no dia 14 de Junho, contra a reforma da previdência.