A Deputada Renata Souza mostra a força da mulher negra da favela e enfrenta de cabeça erguida o preconceito, o machismo e racismo dentro da Alerj após pedido de cassação de seu mandato feito por deputados do PSC, partido do Governador Witzel.
Corrida e exercícios matinais com os policiais do BOPE, vídeos elogiando as operações brutais e sangrentas da PM nas favelas, vídeos a bordo de um helicóptero com snipers sobrevoando uma favela e atirando em cima de moradores e em suas casas, pedido indireto de cassação de parlamentar. Em apenas 4 meses de mandato, Wilson Witzel que era um mero desconhecido por todos os cidadãos do Estado do Rio de Janeiro, vem se apresentando como um Governador autoritário e austero para com todos, seja com políticos aliados, os de oposição e mais ainda com a população da favela. O mesmo está longe de ser o juiz de direito que durante toda campanha, apresentou-se dizendo que iria “mudar o Rio com juízo”.
A população do Rio de Janeiro ainda não conhece direito o Governador e quais são os seus projetos para educação, saúde, moradia e até mesmo, quais são os reais planos para segurança pública, sem ser o fuzilamento das favelas. E quando falamos em segurança, significa falar de um todo, como construção e conservação de escolas públicas com uma educação de qualidade, projetos sociais que visem atender a população mais carente, o combate a evasão escolar, pois no Rio é altíssima, planos para recolocar os trabalhadores no mercado de trabalho, pois o Estado do Rio de Janeiro é um dos estados do Brasil com o maior percentual de desempregados. Projetos para construção de casas populares para tirar pessoas das áreas de riscos e das ruas, para que não haja novas tragédias como vimos a um mês na Muzema. Planejamentos que dêem uma solução ou amenizem ao menos, tudo que gira em torno da criminalidade, fazendo com ela só diminua é sendo assim, fazer funcionar com muito mais eficácia a segurança pública no Estado.
E quais serão os planos do governador para saúde, já que os hospitais do estado estão em péssima conservação, com profissionais insatisfeitos e mal remunerados, falta de itens básicos para que seja feito um bom atendimento aos pacientes. Como sempre é dito por médicos e populares, “a saúde não espera”, mas a população está a exatos quatro meses esperando saber realmente quem é o Governador Wilson Witzel. Quem é o juiz de direito, que não é natural do Rio de Janeiro e prometeu “mudar Rio com juízo”, torno a dizer?
Witzel foi eleito para governar todo estado atuando em todos os setores, mas o que se viu e o que se vê até agora é que ele prioriza apenas as operações policiais nas favelas, promovendo confrontos diários, causando inúmeras mortes por balas perdidas, como foi o último caso no Complexo do Alemão, onde após ser baleado na cabeça, o professor de jiu jitsu, Jean Rodrigo da Silva, morreu quando chegava de carro para dar aula na academia em que trabalhava dentro da favela. E segundo relatos dos moradores, o professor, conhecido por todos como Jean Samurai, foi confundido pelos policiais com um bandido. Será este mais um caso isolado, como costumam dizer? E até agora, não se ouviu nenhum pronunciamento do governador, mesmo após o desabafo emocionado da mãe do rapaz, que foi divulgado em todos os veículos e nas redes sociais. Já que a prioridade do governo é a segurança pública, qual a segurança foi dada ao professor Jean para chegar em seu local de trabalho e cumprir com suas obrigações? No mesmo dia, um de seus alunos também foi baleado e qual a segurança dada a ele também para exercer seu direito de ir e vir dentro da favela? A segurança pública que Wilson Witzel prioriza tanto, é restrita apenas a uma determinada parte da população? Não existe cidadãos de bem dentro das favelas, será que é isso que ele pensa, já que demonstra não conhecer os reais problemas do estado que o elegeu?
E foi por causa dessas inúmeras operações, que ocorrem diariamente durante o dia inteiro em todo estado do Rio de Janeiro e o aumento assustador das mortes por “balas perdidas”, “mortes que ocorrem devido policiais confundirem um cidadão trabalhador com bandido”, “chacinas em favelas”, como ocorreu no Morro do Falet/Fogueteiro em fevereiro, em que 13 pessoas foram mortas por policiais, sendo 9 dentro de uma casas é outras 4 em uma região de mata, que levou a Deputada Renata Souza a tomar a decisão de denunciar o Governador Wilson Witzel a ONU, a OEA e ao Ministério Público(MP) . O estopim para que a Deputada tomasse essa atitude, foi o vídeo gravado pelo Governador na cidade de Angra dos Reis, ao lado do Prefeito Fernando Jordão e de agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE), a bordo de um helicóptero de onde são disparados tiros contra as casas e de moradores de uma favela. No vídeo, Witzel diz que; “está lá na cidade a pedido do Prefeito Jordão e que foi pessoalmente para participar da operação e acabar com bandidagem de Angra”. Ele ainda completa sua fala dizendo que “acabou a bagunça”, segundo suas palavras.
Ainda no vídeo, é possível ver o helicóptero disparando inúmeras vezes para cima de uma tenda azul, e os moradores relatam que o local pertence a uma igreja evangélica e funciona como uma casa de oração e que há sempre pessoas por lá orando e grupos fazendo cultos e que por muita sorte nesse dia não havia ninguém, a tenda estava vazia. Mas, segundo a polícia, o local foi confundido com uma casa mata usada por bandidos. Uma confusão que poderia ter causado uma chacina, mas, e como disseram os moradores, por muita sorte não havia ninguém no local, evitando mais uma tragédia.
E para a Deputada Renata, esse episódio foi o estopim para que ela denunciasse o Governador Witzel a ONU, a OEA e ao MP por disparar vários tiros em um local povoado. Em contra partida a denúncia feita pela parlamentar, deputados do PCS, partido do governador pediram a cassação do mandato de Renata Souza. Os mesmos alegam para ter feito o pedido, porque a deputada usou a Comissão de Direitos Humanos para fazer uma “manifestação pessoal disfarçada de institucional” contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). [Fonte: METRÓPOLES]
Não, Witzel não aceitou ser confrontado e questionado por sua política de massacre nas favelas. Não quer que ninguém o conteste e quer seguir com suas operações policiais sem ser interrompido e questionado por quem quer que seja. Para ele sua política de segurança é simplesmente entrar em um helicóptero e atirar em cidadãos moradores de favelas. Se quer ouve o pedido da população que não aguenta mais acordar durante as madrugadas ao som de tiros e sobrevoos de helicópteros é ter que sair para trabalhar se esquivando das balas ou não sair, perdendo assim, mais um dia de trabalho. O governador não gostou de ter sido confrontado por uma parlamentar mulher, negra e moradora de favela. Para ele isso foi uma atitude de muita audácia e ousadia, então, indiretamente fez o pedido de cassação da deputada Renata Souza.
Mas, como toda mulher preta, moradora de favela, a Deputada Renata Souza, não fugiu à luta, não abaixou sua cabeça, como gostariam que fizessem e manteve a sua decisão de denunciar o Governador a fim de acabar com esses massacres que ele promove dentro das favelas do Rio. E ela conta com apoio de parlamentares de seu partido, o PSOL e aliados e de muitas lideranças de movimentos sociais como MST, OAB, UNE, entre outros, que no último dia 14/05, se reuniram em um ato que defendeu a permanência da parlamentar na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) e em repúdio ao pedido de cassação de seu mandato feito pelos deputados do PSC, partido de Witzel.
Várias líderes e participantes dos movimentos sociais presentes no ato discursaram, declarando total apoio a Deputada Renata, que também fez seu discurso, falando sobre o machismo e o racismo institucionalizado dentro da Alerj e finalizou dizendo; “eles querem nos calar, mas não vão nos calar”! O jornalista Dhiego Monteiro e eu, estávamos presentes no evento representando a Agência de Notícias das Favelas (ANF), cobrindo o ato que foi finalizado com o samba enredo de 2019 da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. A letra do samba de enredo histórico, que homenageia todos os líderes negros que lutaram contra a escravidão no período do Brasil colônia, também homenageia a Vereadora Marielle Franco, executada por milicianos em 14/03/2018 e toda a negritude, simboliza a luta contra o racismo institucionalizado no Brasil.
No dia seguinte ao ato, a Deputada me concedeu uma entrevista e em seu gabinete localizado no prédio anexo à Casa Legislativa, onde falou sobre a denúncia que fez contra o Governador e outros assuntos ligados ao fato ocorrido.
ANF: Deputada Renata, a Sra acredita que essa atitude do Governador Witzel de pedir a cassação do seu mandato seja para inibir, intimidar outros parlamentares e impedir que eles entrem também com uma representação, com uma ação ou que eles contestem contra as atitudes dele?
RS: Sem dúvida nenhuma. Quando o governador pede que a Alerj casse uma deputada que fez uma denúncia internacional, cumprindo seu dever, que é fiscalizar o Poder Executivo é tem essa denúncia sersiada pelo governador, censurada, sem dúvida nenhuma a gente vê aí um problema, porque a Alerje, com relação ao governador tem uma autonomia. Nós fomos eleitos para fiscalizar as políticas públicas de saúde, de educação, de segurança, então o governador tem que se deixar fiscalizar. Se ele não deixar que a Alerj que foi eleita pelo povo também, fiscalize suas ações, a gente vai ter um governador que vai fazer o que ele quiser e bem entender e achar que a população não pode questioná-lo.
A gente vê por exemplo essas operações policiais utilizando helicóptero como plataforma de tiro, o quanto que causa pra dentro das favelas e periferias, um ambiente de terror. A pessoa sai de casa e não sabe se vai voltar vivo ou se vai voltar morta, isso se ela não for morta dentro da própria casa com uma bala perdida e eu não acredito em bala perdida, existe uma bala que foi direcionada, porque, afinal de contas, as pessoas vivem e moram na favela, ninguém pode dar tiro a esmo, sair atirando para tudo quanto é lugar, como o que ocorre hoje na segurança pública do Rio de Janeiro.
ANF: E qual é o próximo passo da Deputada além dessa representação? Manter e até mesmo entrar com uma nova representação?
RS: Os nossos novos passos é sem dúvida nenhuma manter a fiscalização sobre as ações da segurança pública do Rio de Janeiro, da saúde, da educação também, mas vamos fazer um novo informe a ONU e a OEA, apresentando a perseguição política que eu estou sofrendo enquanto deputada eleita pelo próprio governador. Então a ONU e a OEA serão de novo informadas que a perseguição política no Brasil é algo que está ocorrendo efetivamente é que sou vítima dessa perseguição política por fazer o meu trabalho
ANF: O governador diz que vai ser mais enérgico com as milícias, que ele vai ser mais duro com elas. Sabendo que maior parte das milícias são formadas por policiais da ativa e ainda não vimos nenhuma atitude mais enérgica por parte do governador. Sendo assim, a Senhora acredita que ele está tendo um pouco mais de respaldo e essas operações continuarão sendo apenas em favelas dominadas pelo tráfico?
RS: No programa apresentado pelo governador ele se quer cita as milícias. Eu espero que essa fala dele não seja uma fala só porque nós já criticamos, dizendo que não tinha qualquer ação direcionada a acabar com o poder político, econômico e armado das milícias e agora o governador está fazendo isso com a fala, mas no programa ele se quer utiliza a palavra milícia. Então isso é muito simbólico que essa fala do governador, já é uma fala respondendo as nossas críticas a ele, então, eu espero que ele assim cumpra é tire o braço econômico, político e armado das milícias.
ANF: Então a Senhora acredita que não será tão enérgico quanto ele está sendo nas favelas dominadas pelo tráfico?
RS: Até agora a gente não viu um combate às milícias feito concretamente feito por esse governo, estamos aguardando.
ANF: A Deputada acredita que esse pedido de cassação passe, mesmo sendo ele ilegal?
RS: Não, não acredito que ele passe porque os poderes, eles têm autonomia é não há qualquer prova material, qualquer prova que deponha contra mim, eu fiz o meu trabalho enquanto legisladora, fiscalizadora do poder executivo. Então é muito descabido, se esse parlamento hoje, abrir uma exceção por conta da pressão feita pelo governador pra que a casa casse o meu mandato, isso demonstra que a democracia acabou. Que nenhum … nem o ministério público, nem a defensoria pública, nem a Alerj pode ter autonomia como deveria ter nesses casos, então, a minha cassação abre um precedente absurdo, afinal de contas a gente tem a aqui na casa hoje deputados que estão sendo investigados pela lava-jato, deputados que tem aí, uma série de ligações com inúmeras contravenções é como assim eles vão cassar uma deputada que não tem nada disso, que tem uma ficha limpa e é só porque eu questionei o governador para os órgãos internacionais? É muito descabido, a gente está numa casa que num outro dia deu posse para os deputados que estão presos, como é eles vão cassar uma deputada que absolutamente não tem nada contra ela? Se essa casa agir assim, a gente vai ter que ir pra rua, a gente vai ter que demonstrar que uma deputada eleita democraticamente não pode ser cassada porque questionou a postura do governador, que acha que tem síndrome de Rambo, que acha que é o próprio justiceiro em si. As operações policiais utilizando helicópteros como plataforma de tiro precisam sim que as autoridades internacionais saibam o que está acontecendo, por isso também, vou fazer as autoridades internacionais saberem que eu estou sendo perseguida.
ANF: Além da Deputada mais algum outro parlamentar também está sendo perseguido dentro da Alerj?
RS: Dentro da Alerj não, mas de qualquer forma, quando ele faz isso com um parlamentar ele também está mandando um recado para os outros parlamentares, dizendo assim; “olha, tá vendo o que eu faço, eu peço a cassação, então todos os 70 deputados têm ficar calados, não tem que fiscalizar o que eu estou fazendo, porque eu peço a cassação”. Então não é só o meu mandato que está em risco, todos os mandatos dos deputados estaduais estão em risco, porque o governador não quer ser questionado
ANF: Então, ele quer reinar, só ele fala, só ele determina?
RS: Exatamente, o governador não se comporta como um estadista, como alguém que possa mediar conflitos, na verdade, ele está criando mais conflito dentro dos outros poderes.
ANF: Teve mais uma ação no Complexo do Alemão onde foi vitimado o professor de jiu jitsu, a gente vê que isso ocorre com frequência, já é uma constante e segue também a investigação daquela chacina que teve no Fallet/Fogueteiro. A Deputada acredita que essas investigações vão pra frente, ou até mesmo, que ele possa inibir essas investigações, até porque, nós sempre temos apenas a fala da polícia. A Senhora acredita que ele possa também barrar essas investigações?
RS: Nós já fizemos representações no Ministério Público (MP), para que essas operações policiais sejam investigadas, então, o governador querendo ou não, essas operações já estão sendo investigadas. Porque o MP tem como prerrogativa, fazer o controle externo da polícia, então, ainda que a investigação da polícia apresente alguma coisa, o MP vai apresentar outra. Então a gente tem o MP já agindo nessa ação e o governador querendo ou não, vai ter investigação sobre essas operações.
ANF: O governador se diz candidato a presidente nas próximas eleições. Ele já declarou isso inúmeras vezes, para Deputada ele terá uma apoio popular?
RS: Me parece prematuro que um governador mal acabou de se eleger, já queira ser Presidente da República. Isso demonstra que a vontade de poder, é de poder cada vez mais ter mais poder para que possa submeter a população é muito complicado. Eu vejo com muito estranhamento, alguém que acabou de ser eleito para um cargo, já querer outro cargo, sem ao menos fazer o seu papel, que são de 4 anos, para restabelecer aí, um Rio de Janeiro melhor para todos. Então sem dúvida nenhuma, o desejo de poder do governador, essa vontade, ele criou até uma faixa para ele mesmo. Não existe faixa para governador, ele confeccionou uma faixa, mostra o quanto que o poder está subindo a cabeça do governador.
Esse governador, é o mesmo que estava num palco junto com outros deputados quebrando a placa da Marielle. A Marielle que estava em ascensão na política do Rio de Janeiro, que teve a sua vida interrompida. É muito simbólico que ele tente interromper a minha trajetória política porque o questionei. Então é muito importante que as pessoas reflitam o quanto que nós mulheres, mulheres negras da favela e da periferia chega nesse lugar da política onde existe uma elite branca, com dinheiro e política, o quanto que nós incomodamos, então isso também importante que se avalie no geral, o quanto que são racistas, machistas é querem ver a favela silenciada lá no lugar dela. E como qualquer outro favelado, porque eu sou favelada, eu sou cria da Maré, então quando qualquer outro favelado chega num lugar de poder é denuncia os podres poderes, esse favelado tem que ser interrompido, como aconteceu com a Marielle, de uma maneira muito trágica, muito violenta e covarde e agora o próprio governador quer interromper o meu mandato, porque é racista, é machista, odeia favelado.
E é importante lembrar, o governador falou que não iria fazer campanha na favela porque ele não queria voto de criminoso, isso é muito importante, ou seja, o governador considera que todo mundo na favela é criminoso, é isso mesmo? Isso muito importante que nós fiquemos ligados no que esse governador pensa da favela.
ANF: Mas ele fez campanha na favela Rio das Pedras e como o próprio declarou, não queria voto de criminoso, por qual motivo então a Senhora acha que ele fez campanha em Rio das Pedras, onde ele teve uma quantidade expressiva de votos?
RS: Bom, eu acho que ali ele tem a base eleitoral dele, e aí a gente tem que ver como é construção de Rio das Pedras, onde foi a única que não … e nem é muitas vezes considerada favela, que foi único espaço popular que o governador esteve.
ANF: Falando na investigação da morte da Marille, o governador afastou o delegado que estava investigando, dizendo que ele foi para um outro país para fazer cursos. A deputada acredita que a investigação irá avançar ou o governador pode tentar impedir?
RS: Eu espero que o governador nos diga com essas investigações, quem mandou matar Marielle. Porquê não adianta saber quem apertou o gatilho somente, a gente precisa saber quais foram as reais circunstâncias que levaram os podres poderes executassem sumariamente a Marielle. Eu digo que o que aconteceu com a Marielle foi um “feminicídio político”, mataram uma mulher no exercício da sua função, enquanto política, então esse assassinato político precisa ter uma resposta, a gente precisa saber.
ANF: Para Deputada, o momento que o governador apareceu ao lado do delegado dando explicações, foi um momento que ele já está se preparando para uma eventual campanha, como ele mesmo disse que quer ser presidente. Foi o momento de mostrar para o povo que ele é capaz, devido ser um caso de repercussão?
RS: O povo não quer um Rambo, o povo não quer alguém que pegue e que ache que possa fazer justiça, o povo quer alguém de melhores condições de vida, que de garantia de melhor acesso à saúde, à educação, uma segurança pública que não veja a favela como inimigo, um solo onde qualquer pessoa pode morrer é nada vai acontecer porque são pretos, porque são pobres, o povo quer isso, é o que se espera de um governador.
Sim, o povo do Estado do Rio de Janeiro, em especial, a população que vive nas favelas e periferias, não aguenta mais tantas guerras diárias, não aguenta mais ver tantas vítimas de “balas perdidas”, não aguenta mais acompanhar enterros de pessoas inocentes mortas nas operações policiais, não aguenta mais ouvir mães, mulheres e familiares fazendo desabafos emocionados na mídia e nas redes sociais. O povo quer mesmo é educação de qualidade, saúde de qualidade, ter segurança, ter o seu direito de ir e vir garantido, seja em qualquer lugar, sem se preocupar se vai voltar vivo ou morto ou irá enfrentar uma emergência completamente lotada de um hospital público, após ser baleado numa blitz da PM ou do Exército. O povo do Rio de Janeiro, principalmente o da favela, clama desesperadamente por paz.
Que o Governador Wilson Witzel e todos os parlamentares que foram eleitos, ouça esse clamor desesperado da população e façam jus aos votos que receberam, trabalhando para que todos, em especial, os cidadãos mais carentes tenham melhores condições de vida no Estado, com segurança sim, mas, sem o uso de helicóptero para disparar tiros contra favelados.
E ao final do nosso bate-papo, a Deputada Renata Souza deixou uma mensagem para seus eleitores.
“Enquanto uma criança morrer na favela com tiro de fuzil, eu não vou descansar e espero que ninguém da favela descanse”.