Feminicídio, o ato de perseguir, atacar e matar pessoas do sexo feminino segundo influência das questões de gêneros. Fruto de uma estruturação social, a cada 2 horas uma mulher é vítima de feminicídio, no Brasil, exclusivamente por ser mulher, segundo dados do Mapa da Violência, em sua pesquisa mais recente, ainda em 2015. Dados esses que em 2019 já a casa de 1,5 milhões de mulheres agredidas e/ou assassinadas, em pesquisa realizada pelo Datafolha.
Apesar de ter se tornado crime hediondo, podendo levar penas de 12 a 30 anos de prisão para o assassino, o Brasil figura entre os países que mais assassinam mulheres no Mundo, ficando atrás apenas de El Salvador, Colômbia, Rússia e Guatemala. Desde agressões a assassinatos propriamente ditos, anualmente diversos crimes de gênero são noticiados, sem contar os milhares de casos que continuam no anonimato.
Luiza Braga, estudante universitária de Ciências Sociais na Uerj e Cinema na Puc, tinha apenas 25 anos quando viu sua vida ser tirada por seu ex-namorado. Em mais um caso de feminicídio, as vítimas são levadas a confiar em seus assassinos, antes namorados, maridos e até parentes. Aproximadamente 76% das vítimas de violência doméstica relatam que seus agressores eram pessoas conhecidas e, muitas vezes, próximas, de acordo com dados do Datafolha, de fevereiro deste ano.
Não só dentro de casa se dá tais crimes e atentados contra o sexo feminino. Diariamente mulheres são assediadas e desrespeitadas nas ruas e nos transportes públicos, à vista de milhares de pessoas. Se analisarmos os números de violência sofridos por essas mulheres, incluindo desde o feminicídio ao assédio, o Brasil possui, hoje, mais de 536 casos por hora. Em um país que mata 48 vezes mais mulheres que o Reino Unido, por exemplo, se torna imensurável a gravidade da violência ao corpo feminino em relação a outros países em desenvolvimento, caso esse do Brasil.