Ela chega de mansinho, como quem não quer nada. Num dia, você acorda triste,
desanimado. No outro, bate uma sensação de vazio e vontade incontrolável de chorar, sem motivo aparente.

A depressão é assim: um mal silencioso e ainda difícil de compreender, até mesmo entre os próprios pacientes, que não conseguem entender o que estão sentindo. Para muitos moradores das favelas, a depressão é um bicho desconhecido e as pessoas têm vergonha de dizer o que estão sentindo.

Considerada um transtorno mental afetivo, ou doença psiquiátrica, a depressão é caracterizada pela tristeza constante e outros sintomas negativos que incapacitam o indivíduo para as atividades corriqueiras, como trabalhar, estudar,
cuidar da família e até passear, o que só piora a situação. Por falta de informação e conhecimento, o índice de suicídio vem aumentando, principalmente nas nossas favelas.

Vários fatores fazem com que as pessoas cheguem aos seus limites e, por fim, acabem tirando suas vidas. Hoje, já existem canais de comunicação que atuam no combate e prevenção ao suicídio, como é o caso do CVV- Centro de  Valorização da Vida– que, em parceria com o Ministério da Saúde, realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, voluntária e gratuitamente, para pessoas que querem e precisam conversar sobre o
assunto.

O atendimento é sigiloso e pode ser feito pelo telefone 188 ( atendimento 24h) pessoalmente (nos 93 postos de atendimento), pelo site www.cvv.org.br e
Instagram @cvvoficial.

De acordo com OMS (Organização Mundial de Saúde), até 2020 a depressão
será a principal doença mais incapacitante no mundo. Isso significa que, quem sofre de depressão, tem a sua rotina virada do avesso, deixa de produzir e tem a sua vida pessoal bastante prejudicada. Vamos cuidar de quem está ao nosso lado. Percebeu algo diferente no seu comportamento ou em alguém
próximo? Procure ajuda. Depressão não é desculpa e nem frescura.

* Matéria publicada no Jornal A Voz da Favela, edição de Junho 2019