O Carioca Atlético clube oferece a mulheres de todas as idades a oportunidade de vivenciar a prática do futebol, de forma gratuita.
Fruto da idealização de 3 jovens mulheres, com seus 21-22 anos, em um esporte dominado pelo machismo, o Carioca Atlético Clube, uma equipe de futebol feminina, foi fundado em 2008. Camila “Casa”, Danielle “Riga” e Priscila “Tica” criaram o clube que hoje viria a ser a realidade e a porta de entrada de muitas meninas no futebol.
O projeto surgiu através do sonho de propiciar a mulheres, de todas as idades e condições sociais, uma oportunidade de adentrar um esporte criado por homens e para homens, como dita nossa sociedade. A equipe de Society – futebol-7 – já teve, em sua história, a passagem de aproximadamente 200 meninas.
O clube começou de forma totalmente independente, com o apoio financeiro das próprias idealizadoras, e, sem nenhum patrocínio, funciona de forma gratuita. A ideia é de que, sem a exigência de contribuição financeira, um dos principais excludentes de muitos jovens em relação a equipes de esportes, as portas estejam abertas para todas as mulheres que queiram vivenciar a prática do futebol.
Com quase 11 anos de luta pela valorização das mulheres no esporte, o Carioca levou jogadoras à grandes times do futebol carioca, como o Fluminense e o Botafogo. A equipe, dirigida e treinada também por mulheres, conta, hoje, com 20 atletas, de diferentes idades, desde jovens adolescentes a adultas. Mulheres de diferentes bairros do Rio de Janeiro e de classes sociais distintas, puderam se conhecer e se reunir através do amor pelo futebol.
O Carioca Atlético Clube se reúne para treinar na Praça Manet, no bairro de Del Castilho, localizado na zona norte do Rio de Janeiro, nas noites de sábado, às 19hs. Nos domingos os treinos ocorrem no Aterro do Flamengo, na zona sul, às 13hs. O clube Carioca é mais um exemplo de que, com garra para lutar atrás de nossos sonhos, é possível quebrar barreiras dentro do esporte. Valorizar o futebol feminino é um dos pequenos passos que podemos dar em direção à uma sociedade igualitária e sem preconceitos.
*Matéria da edição de junho de 2019 do Jornal A Voz da Favela.