O alto preço da comida somada as taxas de desempregados faz com que 5,2 milhões de pessoas passem fome no Brasil.
Quando levamos em conta que a inflação entre os mais é pobres e mais alta que a de classes mais abastadas fica mais fácil entendermos o drama do dia a dia nas favelas. Quem ganha pouco, usa a maior parcela do salário (na maioria das vezes não formal e também não regular) para alimentar a família, habitação, transporte e saúde. A crise econômica dos últimos anos (2014-2018) levou mais de 7,3 milhões de brasileiros a pobreza, passando a viverem com aproximadamente R$ 635 por mês, segundo o Banco Mundial. Ainda segundo o Banco o Mundial, o grupo dos pobres cresceu de 17,9% para 22,11% da população brasileira, de acordo com esse crescimento em julho de 2019 a população vivendo na pobreza é aproximadamente uns 43,9 milhões de pessoas residentes no Brasil.
Os cálculos da inflação vivida pelas famílias de baixa renda ( que vivem com a renda mensal de 1 a 2,5 salários mínimos) subiu 5,42% em um ano, segundo o índice de presos ao consumidor IPC- realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).Segundo a FGV, o custo da alimentação para as famílias de baixa renda subiu 9,93% nos 12 meses terminados em junho. Foi, de longe, o combustível mais importante da inflação de 5,42% suportada pelas famílias com renda mensal de até 2,5 salários mínimos. Itens como habitação (5,40%), transportes (4,76%) e saúde e cuidados pessoais (4,07%) também pressionaram o orçamento dessas famílias, mas com peso menor que o dos alimentos.
O Brasil começou 2019 com cerca de 13 milhões de desempregados e sem previsão otimista para o segundo semestre, se considerarmos o comportamento da renda nacional por habitante ( Produto Interno Bruto – PIB per capta) que acumula uma diminuição de 8.3% desde 2014, notasse o mesmo cenária da crise global em 2009. Mesmo com essa realidade, onde um em cada três brasileiros procuram emprego, o governo Bolsonaro aposta em substituir vagas de emprego com alta produtividade e remuneração média por empregos de baixa produtividade e remuneração baixa, visando atingir o setor de serviços. A privatização dos setores (previdência, saúde educação e segurança segue sendo o grande plano de Bolsonaro para sair da crise.
A forte pressão para privatização unifica os mais ricos em torno de um projeto de ajustamento de dois terços da população brasileira que se situa em situação intermediária para linha da pobreza. Reverter o aumento da pobreza ocorrido nos últimos anos deve ser só o começo de um trabalho muito mais amplo. Nem todos os tuítes do mundo bastarão para realizá-lo.