Há um tempo o atual governador do estado do Rio de Janeiro fez uma declaração esdrúxula – dentre várias que sempre faz – acerca das ações da polícia militar, segundo o tal governante, a polícia deve entrar na favela, mirar a cabecinha e atirar. Sim, afirmou abertamente o seu projeto de extermínio da população negra, que é quem mora em morros e favelas.
Li essa afirmação, e como não poderia ser diferente, fiquei atônita e quase não acreditei na frase lida, fiquei me questionando: Como um governador fala algo assim e não fazemos nada? Como é possível naturalizar o extermínio de negros?
Nessa semana que se finda, nu m intervalo de oitenta horas a polícia militar matou em torno de cinco jovens inocentes. Vidas foram ceifadas porque simplesmente seus corpos negros é a carne mais barata do mercado, como disse o poeta. Mais um tanto de famílias dilaceradas, mais um tanto de mães que terão a morte em vida.
Escrevendo esse pequeno texto me sinto destruída, dolorida por saber que irmãs pretas e irmãos pretos perderam a sua vida por serem pretas/ os. Não estamos seguros em lugar nenhum, somos o alvo dessa polícia militar que não protege nada, só assassina. Chega de nos matar, precisamos viver, cumprir um ciclo inteiro da vida. Vidas negras importam.