“A árvore plantada pelos Quilombolas de Alagoas, denominada Mameluco, fez surgir o “Encontro Mamelucando” com o objetivo de desmistificar o 13 de maio (Abolição da Escravatura)”. A árvore infelizmente foi extinta; não teve reconhecida cientificamente, era debaixo da sombra dela que os antepassados se reuniam pra dar água e alimento aos animais e aproveitavam para prosear.
A partir desse resgate de memória, em Alagoas, existe a Comunidade Quilombola no Sítio Mameluco, o Povoado Mameluco, que resiste para preservar sua história e manter viva sua luta, um legado para futura gerações, cultivando saberes e germinando conhecimento.
O Quilombo mais importante no Estado de Alagoas, localizado em Palmares, teve inicio a partir do Ano 1600, liderado por Ganga-Zumba, o guerreiro militante. Atualmente o quilombo se encontra na Cidade União dos Palmares, este território era habitado por Indígenas, denominada Ocupação dos Caetés.
O Quilombo Mameluco fica localizado no município de Taquarana -AL, possui 160 famílias, quem vivem em sua maioria de atividades ligadas a agricultura, pecuária, pesca e do artesanato.
As religiões presentes no quilombo são: Catolicismo, Cristianismo e Umbandismo.
A secretaria de Cultura do Estado de Alagoas, reconhece oficialmente o quilombo em 2006, com registro no livro de cadastro geral n° 08, registro n°827- Folha. 39 em 27/11/2006, e publicação no diário oficial da União em 13/12/06, seção 1 n ° 238 – Folhas 59 e 60.
A palavra Mameluco deriva do Árabe “Mamluk”, filhos dos inimigos derrotados que os árabes levavam para serem criados em suas escolas na idade Média, e depois serem reenviados aos seus povos para servirem de administradores; Ou seja eram escravos domésticos que futuramente seriam soldados muçulmanos.
Os primeiros mamelucos serviram os califas abássidas em Bagdá no século IX. Mameluco é a mistura de raças numa relação entre Branco e índio.
A “libertação” total dos escravos ocorreu em 1888 com a promulgação da Lei áurea. “Tiraram as correntes dos nossos pés, mas o sistema escravista junto ao Racismo estrutural, nunca deixaram de existir”. Ainda estamos presos!
Contribuiu para essa produção, Miriã Miguel dos Santos 19 anos, moradora do Quilombo Mameluco, atua nas atividades de educação e cultura dos quilombolas.