A Bandeira do Samba no Rock In Rio 2019
Se você pensou que pelo fato do evento se chamar Rock In Rio só iria ter rock, se enganou bebê, se tem espaço para um, tem samba para todos, é isso mesmo que você acabou de ler S A M B A.
A Line Up do quarto dia de festa estava repleta de grandes nomes da música internacional como o grupo californiano Red Hot Chili Peppers, Nile Rodgers, Panic! At The Disco e a banda brasileira Capital Inicial, todas elas no palco mundo. No Sunset tivemos, toda energia do Emicida com suas letras marcantes e a presença da dupla franco-cubana Ibeyi que lançaram o primeiro EP em 2013 e conquistaram o mundo. Tivemos a presença de Baco Exu do Blues e Ricon Sapiência, Rael,Pará pop entre outros.
Mas para quem tem acompanhado nossas redes já deve imaginar em qual espaço a poeira realmente sobe. Sim estou falando do espaço favela que neste quarto dia recebeu nomes como P-Tróleo que é do Realengo, o rapper Dughettu que veio com um figurino com marcas de 80 tiros fazendo referência a morte do músico Evaldo Rosa e do catador de material reciclado Luciano Macedo causada pelos militares que atiraram contra o carro da família, e o grupo Nós do Morro com toda sua animação.
Entretanto o momento mais aguardado da noite não foi o Californication dos Red Hot, não foi os primeiros erros do Capital e nem a mona lisa do Panic! At the Disco. O que todos aguardavam fervorosamente era a chegada da Festa da Raça e a participação especial do mestre Nelson Sargento. O grupo formado por João Martins, Alison Martins,Luciano bom Cabelo, Tiago M de Deus, Pipa Vieira, Marcelinho Correia, Markley Matos, Nego Alvaro e Mingo Silva chegou com tudo e fez literalmente a “Favela Descer”.
A Festa da Raça não estava pra brincadeira e quem acompanhou nossos stories viu desde o backstage que o grupo vinha com tudo. Iniciando o show fazendo saudações a Ivone Lara com “Alguém me avisou”, passando por “ Coisa de Pele “ de Jorge Aragão, e uma grande homenagem a João Gilberto em “Chega de Saudade”. O repertório estava estupidamente delicioso, de tal maneira que o público acompanhava em cantando em todos os momentos, mostrando que omúsicas como Samba tem sim espaço no Rock In Rio. E não parou por aí, quando “ Mas que Nada” do Jorge Ben foi anunciado, o espaço favela cantou numa só voz transformando o espaço favela em uma grande roda de Samba.
Como toda boa festa não tem hora para acabar, o samba na cidade do Rock só esquentava, e com seus 95 anos de samba, o mestre Nelson Sargento veio com toda sua alegria representando a Mangueira e cantando músicas da melhor qualidade, e que disse se sentir no paraíso . O Intérprete cantou grandes músicas como “Zé do Coração” e “Lendas da Mata”.
Mesmo com o final do show se aproximando, o público do espaço favela continuava animado com muito samba no pé ao som de “ O Show tem que continuar” do grupo Fundo de Quintal. E essa linda noite de festa não poderia encerrar da melhor maneira, com uma bela homenagem a saudosa Beth Carvalho que faleceu em abril deste ano,e foi nesse momento que nem grama sintética sobrou pra contar história, porque o que tão considerado “espaço do rock” se tornou um verdadeiro caldeirão de Samba.