É muita gente pra poucas vagas, muita qualificação e poucas oportunidades. Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em julho deste ano, 12,8 milhões de brasileiros estavam desempregados.
Para fugir desta realidade, a jovem Quézia Silva Nascimento, 23 anos, moradora do Bairro da Paz – Salvador, desde pequena pensa em uma maneira de ajudar sua mãe e sua irmã, por isso, aprendeu a fazer crochê aos 10 anos. Desempregada há dois anos, e sem obter êxito nas tentativas de recolocação no mercado de trabalho, voltou a praticar a arte, que estava há um tempo esquecida e a estudar as tendências da moda.
Então, criou a marca Entre linhas – loja de artesanato – (Instagram @journal_flower) e começou a fazer bolsas, porta-moedas, biquínis, carteiras, brincos, colares, esponjas para banho, descanso de panela,eco pad’s (para retirar maquiagem) e outros acessórios com crochê e lã.
Quézia, que é fascinada por livros, plantas e astros, diz que encontrou no ofício uma forma digna, sustentável e ecológica de ganhar dinheiro e ocupar o tempo enquanto não consegue um emprego fixo.
Ela não para e está sempre pesquisando novas tendências e pensando em maneiras de surpreender e encantar os clientes e se diz realizada por contribuir com a natureza “o melhor é poder trabalhar com o que gosto e com a ideia de fortalecer a prática do uso de produtos ecológicos.
O meio ambiente agradece”, diz Quézia, completando que seu trabalho tem inspirado muitas mulheres “é o empoderamento da mulher negra, nordestina, de bairro pobre, que é independente e está quebrando todos os paradigmas”, afirma a empreendedora.
Matéria publicada no jornal A Voz da Favela edição de outubro 2019