Acessos distintos mostram a que público o parque está voltado
Reportagem para o jornal A Voz da Favela de dezembro de 2019
O Parque Santana, situado na Zona Norte do Recife, passou por uma reforma e foi reinaugurado em 2012. Entretanto, chama a atenção o fato de uma das entradas do parque, que dá para a favela da Vila Santa Luzia (bairro da Torre), não ter a mesma estrutura que a entrada principal, que dá para os bairros de Casa Forte, Poço da Panela e Santana. Em 2014, a Prefeitura do Recife, por meio de um Projeto de Lei renomeou o equipamento, que passou a se chamar “Parque Santana Ariano Suassuna”. O nome mudou, mas a Vila Santa Luzia continuou com o acesso estreito para passar.
As pessoas que moram na comunidade ou que passam por ela para chegar ao Parque precisam atravessar uma ponte estreita sobre o Rio Capibaribe. Um portão com quatro barras de ferro fincadas no chão faz estreitar a passagem. Mayson Carvalho, 20 anos, é morador da comunidade do Cardoso, vizinha à Vila, e comenta sobre esse acesso. “A entrada pra gente é diferente da entrada pro Poço da Panela. Para entrar no parque é uma dificuldade, pois, entre o portão tem uns ferros de segurança. É como se aquele portão limitasse quem fosse entrar da comunidade”, afirma.
Há um movimento grande de vai e vem mediado pelo portão. Pessoas com destino ao trabalho, na maioria das vezes. Afinal, “quem tem mais tempo livre para lazer?”, questiona Mayson. Talvez, frequentadores assíduos do Parque Santana sequer saibam que exista uma comunidade do outro lado da ponte. Pouco se percebe o outro lado, pois há um recuo das áreas de lazer com relação ao mangue, que deixa a periferia escondida.