A luta contra o racismo é diária

Recentemente a empresária Lorenna Vieira, proprietária da marca Use Badgall, publicou um vídeo em suas redes sociais onde afirmava ter sido vítima de racismo pela agência do Banco Itaú, no Rio de Janeiro.

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Pelo Instagram Lorenna relatou que foi a uma agência do banco na Penha, para sacar R$ 1.500 reais e retirar a segunda via de um cartão que tinha sido bloqueado.

Chegando lá, ficou sabendo que o cartão estava bloqueado porque o banco achava as movimentações da conta suspeita e os atendentes não confirmaram sua identidade por alegar que a mesma estava diferente na foto do documento.

Enquanto esperava que a situação fosse resolvida, Lorena foi surpreendida pela polícia e foi escoltada até a 22ª DP do Rio de Janeiro para prestar esclarecimento.

A gente fala, mas ainda tem quem credite que seja mentira, só não vê quem não quer e está cada vez pior. Cada vez mais tentam nos constranger de forma pública, tentam nos oprimir e nos agredir fisicamente e psicologicamente.

Quer dizer, um pessoa negra não pode ser bem-sucedido financeiramente? Claro que as pessoas mudam de visual sempre, mas por ser negra ela não tem esse direito?

Desculpa esfarrapada falar que não estava parecida com a foto apresentada no documento, e atitude totalmente exagerada por parte da agência, e principalmente da atendente, pedindo para esperar e fez a vítima ser surpreender com a chegada da polícia.

A nossa luta é diária, pra eles, racistas, negro não deve estudar, não deve ter acesso à informação e muito menos ter realização e ascensão social e profissional. A gente não pode sair trajando roupas que acreditemos ser confortáveis em determinados horários, porque para alguns olhares seremos julgados como suspeitos/bandidos.

E se você for criança não está livre de sofrer desde cedo.

Recentemente em Salvador duas crianças gêmeas, com idade de três anos, voltava com a mãe de um passeio e ao se aproximar da catraca um dos seguranças (branco) virou e disse “misericórdia, bucha 1 e bucha 2”, deixando as crianças sem entender a situação, mas a mãe e os colegas do segurança entenderam perfeitamente o que tinha acontecido ali.

O mesmo teria sido dito se as meninas estivessem com os cabelos alisados?

Acredito que não. Porque ainda hoje o liso é dito como o “padrão” aceito pela sociedade. Qual sociedade? Aquela cuja a minoria é branca.

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Não vamos parar de lutar contra essa minoria que se diz dona da verdade e de todos os direitos.

Que as atitudes da mãe de denunciar o segurança, em Salvador e a da empresária Lorenna no Rio de Janeiro,  possam encorajar mais pessoas a fazer o mesmo, porque não devemos nos calar de maneira alguma.

“Vamos levante lute, vamos levante ajude, vamos levante grite, vamos levante agora.
Que a vida não parou, a vida não para aqui, a luta não acabou e nem acabará.
Só quando a liberdade raiar, iêa, só quando a liberdade raiar” Edson Gomes

A nossa luta é diária, estamos juntos e somos resistência!