Rio Afogado

Imagem Reprodução - Centro de Operações da Prefeitura do Rio

Cai chuva forte no Rio de Janeiro,

O estágio de alerta, mais uma vez, foi dado.

E o Prefeito, cadê?

Está em seu gabinete e, como sempre, quieto, calado, descansado, totalmente desligado dos riscos que tem de pedras rolarem e mais uma encosta carregando casas descer.

E quando a chuva passar, ele reúne alguns assessores e secretários, vai a algumas “comunidades” para ver de perto a tragédia das pessoas, que já não sabem mais o que fazer.

Mas, essa chuva forte cai em todo o estado, e inunda várias cidades.

Prefeitos decretam estado de calamidade.

Meu Deus! E o Governador, cadê?

Está em seu gabinete, reunido com secretários de segurança.

E ele ordena que a Polícia invada algumas favelas, para “mirar em algumas cabecinhas”, e atirar pra matar. E o tiro que nunca sai pela culatra. Sempre atinge algum morador, homem, mulher, adolescente, idoso, ou mais uma pobre criança, mais um inocente.

Segurança pública é a sua especialidade e prioridade, pode até chover canivete, e depois que a chuva passar, ele sai para sobrevoar o Rio e outras cidades.

Liga para o Vice-Presidente da República, grava a conversa, faz um vídeo, posta nas redes. Dane-se a repercussão que vai ter, o importante mesmo é ser mais uma polêmica e ele aparecer.

É uma verdadeira chuva de egos inflados, população sem ter a quem recorrer, padece com tanto descaso.

Entra ano e sai ano, e as chuvas de verão continuam causando transtorno no Rio. As prefeituras não se preparam, o governo do estado não se prepara e o povo ilhado é quem sofre, é quem paga.

E se for favelado, então, o sofrimento é em dobro, pois não é só a chuva que cai. É pau, é pedra, é árvore e é lama. E caem barrancos, barreiras e vários barracos do alto do morro. O barro molhado desce e invade um quarto, é mais um sem teto, foi muita terra que caiu, encobriu até cama.

Será que essas tragédias nunca terão fim? Pois todo verão é assim. Ruas inundadas, ônibus, carros flutuando e muito lixo na água boiando. Já se passaram várias horas e a chuva não para de cair. O Rio entrou em mais um estágio de alerta e atenção, e a defesa civil interdita mais algumas casas e as pressas os moradores começam a sair.

Os meteorologistas preveem mais chuvas, temporal e até tempestades, e a população segue preocupada, desolada e isolada, sem apoio de nenhuma autoridade.

O Prefeito deve estar muito ocupado, gravando vídeos para YouTube, ele já está em campanha, que o Senhor nos ajude. E será que o bispo ganha? Já o Governador, este o povo também já não aguenta mais. Só quer saber de trocar tiro nos morros, enquanto ele quer guerra, os cariocas querem paz.

O ano é 2020, século XXI, cariocas e fluminenses ainda sofrendo com inúmeras enchentes. E o que nos resta, já que nessas horas a cidade não tem prefeito e o estado não tem governador, é orar e pedir proteção para algum ser superior. Que eles não abandonem o Rio de Janeiro também e olhem por toda nossa gente.

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Carla Regina
Sou estudante do último período da faculdade de Jornalismo, gosto muito de ler e de escrever. Me acho simpática, pelo menos é o que me dizem as pessoas quando me conhecem, mas creio que eu seja sim, pois adoro fazer novas amizades e conservar as antigas. Comunicativa, dinâmica e muito observadora, um tanto polêmica. Gosto muito de trabalhar em equipe, mas, dependendo da situação, a minha companhia para trabalhar também é ótima. Pois, na minha opinião, a solidão aguça a criatividade, fazendo com que a mente e os pensamentos fluam um pouco melhor. Comecei a trabalhar muito nova, ainda quando criança e já fiz muita coisa na vida, mas meu sonho sempre foi ser Jornalista e Historiadora, cheguei a ter muitas dúvidas de qual faculdade cursar primeiro, já que para mim as duas carreiras são maravilhosas. Então, resolvi entrar primeiro para o Jornalismo e no decorrer do curso percebi que cursar a faculdade de História não era só uma paixão, mas também uma necessidade para linha de jornalismo que que pretendo seguir. Como sou muito observadora e curiosa, as duas profissões têm muito a ver com minha pessoa. Amo escrever e de saber como tudo no mundo começou, até porque. tudo e todos tem um passado, tem uma história para ser contada.