Para abrir os desfiles na Marquês de Sapucaí pelo Grupo A, do carnaval carioca, a Acadêmicos de Vigário Geral, que sagrou-se campeã da Série B, em Intendente Magalhães, desfila hoje (21), às 22h30, com o enredo ‘O conto do Vigário’ que faz trocadilho com o nome da agremiação da Zona Leopoldina.
Apesar da forte chuva, a reportagem da ANF já está na concentração da Vigário (próxima do prédio dos Correios, na Avenida Presidente Vargas) para acompanhar a preparação dos componentes antes de desfile que pode ser dificultado pela instabilidade do tempo.
Confira as fotos
*Fotografias: Caio Ferraz | ANF – Em caso de uso, o crédito é obrigatório
Para quem quiser ficar por dentro do samba enredo da Vigário Geral, basta apertar o play no vídeo abaixo para conhecer a letra que irá entoar na avenida logo mais. A escola de samba brinca com a expressão ‘conto do vigário’ para fazer desmitificar e criticar passagens falaciosas da história da época do Brasil Colônia e exaltar a resistência dos povos originários e de escravizados contra os colonizadores portugueses. Embora a temática seja voltada ao passado, a composição também faz paralelos com os problemas sociais brasileiros atuais.
Ficha técnica
Enredo: O Conto do Vigário
Presidente: Elizabeth Cunha (Betinha)
Carnavalesco: Rodrigo Almeida
Intérprete: Tem Tem Jr
Autores: Domenil, Renan Diniz, Orlando Ambrosio, Richard Valença, Jefferson Oliveira, Fernandes, Professor Laranjo, Serginho Rocco, Denis Moraes, Dr. Rodrigo Sampaio, Gigi da Estiva e Carlinhos Ousadia.
Sou eu… a lenda que atravessou o mar
O brilho do Cruzeiro a me guiar
Ao deslumbrante paraíso
Sou eu… O reluzente eldorado
De fauna e flora, cobiçado
Do Ardil hilário o sorriso
Nas “Minas” não vi o ouro
O meu tesouro, cadê? Sumiu?
Em cada conto aumento um ponto
Sou um lugar de histórias mil
Tupiniquins, tupinambás e potiguaras
Tamoios, caetés e tabajaras
É banto, é congo, é de Angola
Somos da tribo quilombola
Que segue aguerrida, mas sempre esquecida
Por quem tem poder
Montando em cabrestos, matando direitos de quem quer viver
O homem de terno, pregando mentira, desperta a ira em nome da fé
Pois é… Na crise nossa gente acende vela
Pra santo que nem olha pra favela
E brinca com direito social
Ó mãe, o morro é o retrato do passado
Legado de um mito mal contado
Vigário, teu protesto é Carnaval
Se um dia eu menti, perdão!
A Justiça será verdade?
Vem pra rua cantar, Brasil Mostra a farsa pra quem não viu