A comunidade do morro do Borél, de acordo com o ex-prefeito César Maia, já não pode ser chamada de favela, é o que afirma Felipe Vieira, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Borél. Ela se tornou sub-bairro da Tijuca, com mais de cem ruas que foram legalizadas pela prefeitura através do decreto 27559-25 de 25/01/ 2007.
Com vinte e um mil moradores e cinco mil residências, o Borél conta com somente treze garis comunitários. "Eram vinte e cinco no passado, porém agora só temos treze. O Eduardo Paes falou que ia aumentar" afirma Felipe. De acordo com o presidente os garis estão ficando doentes! "Há uma necessidade urgente de mais homens trabalhando", enfatiza. Outro serviço que a comunidade pode contar é com a distribuição de cartas. Todos os dias chegam centenas de cartas na Associação, já que o correio não sobe o sub-bairro. Com isso, os moradores pagam uma pequena taxa para terem suas cartas colocadas em uma caixa postal na sede da Associação. O serviço de auto-falante é também muito utilizado e é gratuíto.
Uma das reclamações da comunidade é acerca da destruíção da Estrada da Independência, que está sendo atribuída ao Caveirão, o blindado da PM. Felipe Vieira questiona a presença do Caveirão: "porque o blindado está vindo todos os dias?" "E porque só aqui no Borél?" Outro questionamento do líder comunitário é acerca do "mandato coletivo". De acordo com Felipe a polícia chegou na comunidade esses dias e arrombou mais de cem casas. "Isso pode?" Questiona.
Durante a entrevista, vários moradores chegavam para falar com o presidente. Uma moradora parou para avisar que no "Bicão", uma das localidades mais altas, a população estava no escuro "por causa do Caveirão". Ela afirmou que iria trancar a faculdade porque está com medo de chegar em casa tarde e deixar seus dois filhos em casa sozinhos. Como foi informado ontem pelo jornal O DIA, a população está com medo após a saída dos Postos de Policiamento Comunitários, que foram retirados das comunidades vizinhas.
Felipe, 31 anos, é Agente de Saúde Comunitário e trabalha com funcionário público. Ele é muito articulado e a prova é que esteve presente na Conferência Estadual de Segurança Pública e foi o único representante das favelas da Grande Tijuca eleito para representar o Rio de Janeiro na CONSEG – Conferência Nacional de Segurança Pública, que acontecerá mês que vem em brasília.
Quem quiser conhecer melhor o trabalho realizado pela Associação de Moradores ou conhecer a comunidade pode entrar em contato com o telefone da Associação que é: 21-3477-0820