O sistema educacional brasileiro está em processo de transformação, tornando
explícitos os interesses burgueses sobre a aprendizagem, que ao longo dos
séculos se constituiu em direito de poucos, e hoje, com as sucessivas
revoluções tecnológicas, tornou-se uma ferramenta de suma importância para a
manutenção do Estado burguês.

A história da educação brasileira inicia-se com a expropriação das riquezas
de nossas terras em nome da Coroa portuguesa, que sobre o seu domínio
colonial conhece a educação apenas através da catequese que tinha como único
objetivo: a doutrinação dos índios e escravos para que estes executassem
seus trabalhos em nome de uma suposta salvação divina. Nesse sentido, o
conhecimento era um direito exclusivo dos filhos da oligarquia, que deveriam
ser educados para perpetuar o domínio sobre as massas, sendo assim, podemos
perceber que a educação vem exercendo uma função primordial na manutenção da
estrutura da sociedade, e, portanto seu monopólio é essencial à classe
dominante.

Contudo, com o avanço da indústria e a inserção da tecnologia, passou-se a
exigir um nível de informação dos trabalhadores, ou seja, agora era preciso
treiná-los, o que proporcionou o surgimento da educação universal, porém,
esta não se distanciou de sua função anterior, continuando a servir aos
interesses burgueses. A implantação do modelo de produção toytismo é um
exemplo de como tirar das mãos do trabalhador o conhecimento daquilo que ele
produz, ou seja, surgem as linhas de montagens e a divisão do trabalho, onde
cada trabalhador é responsável por apenas uma parte dentro de uma produção.
E, com a introdução da tecnologia, o processo educacional, passou a ser
fundamental no intuito de promover um avanço, ainda que básico, a uma série
de dados e conhecimentos, sendo muito difundida atualmente como ferramenta
essencial para promover a “inclusão social”, e no caminhar de nosso
“desenvolvimento social” a produção passa a demandar cada vez menos
mão-de-obra, priorizando indivíduos qualificados, gerando desemprego e
aumento da desigualdade.

A partir deste breve histórico, é possível entender a finalidade dos
programas de reestruturação do ensino fundamental, médio e superior
propagandeados pelo Estado, reafirmando seu compromisso com os interesses
burgueses, a qual representa explicitamente. A dilapidação e o sucateamento
da educação pública é um projeto de Estado, e, portanto, não devemos ter
nenhuma ilusão frente a projetos como REUNI,PROUNI e privatizações a partir
das O.S. (representada pelas fundações Roberto Marinho, Fundação Ayrton
Senna, Amigos da escola, entre outros), que, sobre a ótica do mercado
implementam a educação-mercadoria, finalizando com a autonomia dos
professores, tornando-os meros executores, com baixas remunerações.

Nesse sentido estamos convidando a todos que queiram somar força a esta luta
para um encontro que tem por objetivo discutir as contra-reformas propostas
pelo Estado e construir ações coletivas.

Data: *08/08/2009*

Horário: *14:00h*

Local: *AMV – Associação Mangueira Vestibulares*
Rua Visconde de Niterói, 354 – (“Prédio do relógio” – em frente à estação de
trem Mangueira)

Ass.
Fórum de Educadores Populares
Rede Contra a violência
Estamos Aqui!