Antes de iniciar o meu relato autobiográfico, eu preciso contextualizar a importância de projetos e processos de emancipação e apropriação constante.
Uma vez que vivemos, convivemos e sobrevivemos em uma sociedade quer seja a nível nacional ou global, com muitos problemas de desigualdade sociais e pessoas em estado de vulnerabilidade social; muitas vezes oriundos de processos históricos vividos pelas civilizações. Vulnerabilidades estas em seus mais variados aspectos: sexuais, econômicos, de gênero, étnicos, religiosos, deficiências físicas e entre outros.
Além disso, dependendo do contexto e do espaço geográfico, permanente ou provisório em que esta pessoa está inserida, ela pode vivenciar ou experienciar diversos fatores de vulnerabilidade social.
Podendo desencadear reações negativas levando o indivíduo a cometer práticas ilícitas de criminalidade, marginalização, atos de violência ou opressões psicoemocionais com outras pessoas e até consigo mesma. Gerando episódios de fatalidades como a morte de outras pessoas e/ou suicídio.
Importância das políticas públicas
Por isso, é importante a existência de políticas públicas de assistência social que ajudem as pessoas neste processo de emancipação social. Para que sejam libertadas de lugares e contextos de vulnerabilidade social.
E para que elas sejam conduzidas a novos espaços onde possam se apropriar de suas liberdades e terem garantidos os seus direitos de subsistência e de dignidade humana.
Uma vez que, nem todas as pessoas podem ter a oportunidade de conhecer amigos e familiares que as ajudem neste processo de emancipação. No entanto, é importante que estas políticas públicas sejam constantes e cotidianas uma vez que, os males das desigualdades sociais são acontecimentos que perpassam e sempre vão perpassar os tempos.
Além domais, é importante que as pessoas assistidas por estas políticas públicas também estejam em processo de emancipação e apropriação constante como objeto de superação social e de manutenção de sua dignidade humana; e, também é importante que estas pessoas participem do processo de emancipação e apropriação de outras pessoas seja de maneira direta ou indireta.
Porque estas atitudes novas com outras pessoas também vão servir como validadores de que a pessoa está realmente sendo emancipada e se apropriando de si mesma.
Políticas Públicas para que?
Logo, diante das diversas realidades que desencadeiam a vulnerabilidade social existe as realidades que desencadeiam a vulnerabilidade educacional. Realidades que são encontradas no funcionamento do Estado como as corrupções, corte nos investimentos e recursos para a Educação Pública (e aqui podemos falar de recursos para várias situações como salário dos professores, merenda escolar, livros didáticos, instalações prediais e outros).
E realidades das famílias brasileiras como falta de dinheiro para poder comprar material escolar e/ou pegar ônibus e/ou alimentação, sair da escola porque precisa trabalhar e, inclusive, pais que desencorajam os seus filhos por não terem mais esperança na educação. Isso sem falar de outras realidades como o preconceito e discriminação com pessoas LGBT’s; pessoas negras com a renda familiar abaixo de outras etnias e etc.
Assim, para tentar ajudar estas famílias em vulnerabilidade social, o Estado tem promovido políticas públicas no setor educacional para permitir que as pessoas tenham acesso a educação, possam se apropriar de espaços educacionais e conseguirem emancipação social.
Políticas públicas que são aplicadas em vários níveis educacionais, desde a educação básica até o Ensino Superior e a Pós-Graduação brasileira.
Políticas Públicas de Apropriação e Emancipação Educacional
Entre estas políticas públicas para apropriação de espaços educacionais estão os auxílios de alimentação, transporte e acessibilidade social que são aplicados nos vários níveis da educação publica. Políticas de educação para sensibilização e promoção da conscientização sexual para pessoas vítimas de preconceito e/ou violência sexual e/ou gênero.
Políticas públicas para acompanhamento pedagógico e psicológico para alunos com necessidades especiais. Além de bolsas de incentivo/formação de pesquisadores e educadores nas universidades públicas.
Todas estas políticas públicas tem como objetivo principal ajudar as pessoas em vulnerabilidade social a se apropriarem de espaços educacionais, estudarem e adquirem formações que vão ajudar no seu processo de emancipação econômica pela obtenção de melhores empregos para melhor garantia de renda para as suas famílias. E, também emancipação humana, tornando-se seres humanos mais saudáveis, éticos, justos, solidários promovendo uma melhor qualidade e dignidade de vida para si mesmo e para os que estão ao seu redor.
E foi graças a algumas destas políticas públicas que aos poucos estou me apropriando de espaços educacionais, que antes eram utilizados somente por pessoas de classe média e/ou alta. E conquistando a minha emancipação econômica, social, política, humana e também científica, onde estarei contanto mais detalhes no próximo post.
“Ninguém nasce feito, é experimentando-nos no mundo que nós nos fazemos.”
Paulo Freire