Medida Provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro na noite de sexta-feira, 20, determina que cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária a interrupção do serviço de transportes intermunicipais, interestaduais e internacionais, baseada em pareceres técnicos. A MP926 é uma resposta direta aos governadores que vêm adotando restrições de mobilidade social no combate à pandemia do coronavírus e constitui, também, nova demonstração de que o chefe da nação trata a pandemia como questão política.
João Dória, de São Paulo, Wilson Witzel, do Rio de Janeiro, e Ibaneis Rocha, do Distrito Federal, as três unidades mais atingidas pela contaminação até agora, promovem medidas contrárias ao pensamento presidencial de que existe uma “histeria” em torno de “uma gripe”. Os governadores da Bahia, Paraíba e outros estados também adotam precauções determinadas pelo Ministério da Saúde e a Organização Mundial de Saúde, da ONU.
A Medida Provisória já está em vigor, mas não anula providências já tomadas, para tranquilidade do ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde. Agora o Congresso precisa aprová-la em prazo determinado, ou ela perderá a eficácia.
O presidente brasileiro está convencido de que a pandemia é uma manobra chinesa para reerguer sua economia contaminando o mundo. Já o governo da China afirma que os americanos levaram o coronavírus para o país em setembro do ano passado, nos Jogos Militares em Wuhan, onde surgiram os primeiros casos.