Dois dos 17 infectados pelo coronavírus testados pelo Hospital das Forças Armadas, em Brasília, têm a identidade mantida em sigilo, apesar da determinação da juíza Raquel Soares Chiarelli, da 4ª Vara da Justiça Federal de divulgação de todos, em ação movida pelo Governo do Distrito Federal para acompanhar a evolução da pandemia e traçar políticas públicas.
Funcionários do Palácio do Planalto disseram ao jornalista Vicente Nunes, de Brasília, que os nomes podem ser o de Bolsonaro e sua esposa Michele. O assunto é tabu na sede do governo, encarado como “segurança nacional”. Mas o incômodo é grande entre o pessoal do palácio, escreveu o jornalista, porque é uma das principais fontes de contágio em Brasília.
“O último a ser contaminado foi um dos motoristas que atendem o presidente da república. Ele deu entrada em um hospital de Brasília alegando estar com problemas respiratórios, sintoma característico do Covid19”, contou Nunes em seu blog.
Outro detalhe indicativo das identidades mantidas sob segredo é a Medida Provisória baixada pelo presidente à noite restringindo o acesso aos dados públicos pela Lei de Acesso à Informação.
O HFA pertence ao Ministério da Defesa e é o responsável pelos exames da equipe presidencial que esteve em Miami no início do mês. Lá o presidente Bolsonaro fez os dois exames, o primeiro positivo e o segundo cujo resultado ele não comenta. O mistério criado tanto por Bolsonaro quanto pelo hospital alimenta os boatos de que contraiu o coronavírus, inclusive porque os 17 infectados na sua viagem mantiveram contato pessoal com ele.