Durante a realização do “I Congresso de História da Bahia, em 1949, foi aprovado pelos congressistas à oficialização simbólica da fundação da cidade do Salvador”, dia 29 de março de 1549, data que o primeiro governador-geral do Brasil, Tomé de Sousa desembarcou no Porto da Barra (Vila do Pereira).
Com a chegada dele, também houve a oficialização da escravização de índios e negros no Brasil, sendo este um dos motivos que os movimentos negros brasileiros na atualidade têm responsabilizado e cobrado do estado “Reparação Já”, em razão dos danos causados aos nossos antepassados.
Ainda assim, segundo o então Prefeito de Salvador, Osvaldo Velloso Gordilho, em 1952, “a passagem do 403º Aniversário da Fundação da Cidade do Salvador na Data Simbólica de 29 de Março, proposta e aceita em dois Congressos de História enseja à Prefeitura da Capital a oportunidade, através bem elaborado programa, a cargo de uma comissão de intelectuais contemporâneos, tornar bem conhecida dos munícipes, sobretudo dos escolares, dos estabelecimentos de ensino médio, uma das efemérides mais caras ao coração dos bahianos”.
Historiadores contam que, “em 1501, o italiano e cartógrafo Américo Vespúcio encontrou e nomeou a Baía de Todos os Santos (os índios já habitavam)”.
Nesse período colonial na Vila do Pereira (atual Porto da Barra), o donatário da Baía de Todos os Santos, Francisco Pereira Coutinho e sua tripulação ao confrontarem com a população indígena perderam a batalha, e consequentemente serviram de refeição para Tupinambás (acreditavam em adquirir a energia vital do inimigo a partir da prática da antropofagia)
Com a morte do donatário da Baía de Todos os Santos, Francisco Pereira Coutinho, em 1546, o rei de Portugal, D. João III assumiu automaticamente a Baía de Todos os Santos adotando o nome de “Capitania de Vossa Majestade”, também era chamada de “Capitania Real da Bahia”.
Em 07 de janeiro de 1549, Tomé de Sousa foi nomeado por D. João III, ainda em Portugal, como Capitão-Mor com principal objetivo de construir e fundar a Primeira Capital do Brasil (cidade medieval).
Preocupado com a cultura indígena (antropofagia) na época, em 17 de dezembro de 1548, D. Antônio de Ataíde escreveu a “Carta de Amorim”, onde D. João III endereçou para Caramuru (Diogo Álvaro) e o cacique Taparica (líder indígena) recomendando que controlassem a comunidade indígena (donos da terra) para receber na “Porta Sul” da colônia, o administrador e Capitão-Mor, Tomé de Sousa, o seu filho Garcia D Ávila, jesuítas dentre outros, que desembarcaram na Vila do Pereira (Porto da Barra), em 29 de março de 1549.
A partir daí a tripulação com mais de mil indivíduos foram conduzidos a “Porta Norte” da capitania que iniciava na Praça Castro Alves ao Santo Antônio Além do Carmo. Vale ressaltar que a cidade do Salvador foi planejada pelo arquiteto Luiz Dias, e a construção da “Primeira Capital da América Portuguesa” foi baseada num modelo de castelo medieval.
Dos objetivos de Tomé de Sousa no território brasileiro destacam-se: construção de fortalezas; fiscalizar e administrar as capitanias hereditárias; fundar a cidade do Salvador; potencializar a agricultura e pecuária; evangelizar e controlar a população indígena; aprisionar indígenas para serem negociados e escravizados; construir a residência oficial e a igreja matriz.
Acredita-se que Tomé de Sousa ao chegar à Porta Norte, acompanhado por Caramuru e demais seguidores, “fizeram despejar as três aldeias do gentio que se achavam estabelecidas onde é o Terreiro de Jesus, o Convento do Carmo e o Desterro”. Na prática o governador-geral atormentou a população indígena.
Não havia relação amistosa entre o grupo comandado por Tomé de Sousa e a população indígena. Além do processo de escravização, pesquisadores relatam que “acontecia frequentemente exploração sexual de mulheres indígenas”.
Todas as capitanias hereditárias ficaram sob o controle de Tomé de Sousa. Além disso, a sede do governo-geral foi instalada na Baia de Todos os Santos, em 1549 na Cidade do Salvador, Primeira Capital do Brasil.
Tomé de Sousa construiu a “Capela Da Ajuda” e a “Igreja Nossa Senhora da Conceição da Praia”. Na parte superior da igreja contendo duas torres configurava-se que os recursos eram enviados para o Rei de Portugal. Enquanto a instituição religiosa com uma torre, o recurso era mantido e gerido no território brasileiro.
Também foi instituído o Colégio dos Jesuítas e primeiro bispado católico do Brasil sendo nomeado D. Pero Fernandes de Sardinha, em 25 de fevereiro de 1551 em Salvador.
A Primeira Capital do Brasil perdurou de 1549 até 1763, a partir daí o Rio de Janeiro assumiu a posição. Já Tomé de Sousa retornou para Portugal em 1553 e faleceu em Lisboa no ano de 1579, foi sepultado no Mosteiro de Santo Antônio de Castanheira.
Garcia D Ávila foi considerado o destacado latifundiário brasileiro, a partir da criação de gado e expansão territorial iniciada na localidade de Praia do Forte (Tatuapalha) até o Maranhão. Ele também construiu a “Casa da Torre”, considerada por pesquisadores como a primeira das Américas, encontra-se localizada em Mata de São João, na região metropolitana de Salvador.
Contam que Caramuru (fidalgo Diogo Álvaro) não era fiel a Paraguaçu (Mar Grande). Postura que contrariava princípios religiosos, assim, o rei da França obrigou os dois a viajarem da Capitania de Todos os Santos para a Europa, ao desembarcarem foram recebidos pelo “Bispo de Samolô” para o casório.
Já casados, a índia Paraguaçu passou a ser chamada de Catarine do Brasil. De volta a terra brasileira, o casal ergueu a Igreja Nossa Senhora da Graça, que posteriormente foi doada para os beneditinos.
Pelourinho diz respeito a um tronco de pedra que servia para humilhar, punir e massacrar negros escravizados. Essas atrocidades aconteciam em praça pública para servir de exemplo a outros cidadãos.
Pesquisadores afirmam que “o primeiro pelourinho funcionou na Praça Municipal, atual Praça Tomé de Sousa (1549 a 1603). O pelourinho foi erguido no Terreiro de Jesus e funcionou de 1603 a 1728, depois foi transferido para a Praça Castro Alves (1728 a 1807). E continuou servindo de instrumento de massacre da população negra escravizada no período de 1807 a 1835, na Praça José de Alencar (Largo do Pelourinho)”.
Por muitos anos o Elevador Lacerda foi considerado o mais alto das Américas, foi criado em 1873 por Antônio Francisco de Lacerda apoiado pelo seu irmão, o engenheiro Augusto Frederico de Lacerda, o transporte urbano tem cera de 72 metros de altura e liga a Cidade Alta e Cidade Baixa (vice-versa). Em 2002 o Elevador Lacerda foi reconhecido como Patrimônio Mundial pela Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e Cultura (Unesco).
Arranha – Céu (prédio com mais de noventa andares), em Chicago, nos Estados Unidos é considerado o maior do mundo na atualidade.
Mais algumas curiosidades da cidade de Salvador, em 1933 foi demolida a Igreja da Sé Primacial do Brasil, no espaço encontra-se o Memorial das Baianas e Cruz Caída (arte). Primeira Casa de Câmara e Cadeia (Câmara de Vereadores) do país. Salvador é a terra de Mestre Bimba e Mestre Pastinha.
Anualmente é promovido o maior carnaval de rua do mundo. Salvador é uma cidade encantadora, conta com a pluralidade cultural e étnica, candomblé e outras religiões. Com uma “população de mais de 3 milhões de habitantes”, informação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge).
Trade turístico: pratos típicos, praias, monumentos históricos, museus e inúmeras atrações culturais. Há também muita gente que sobrevive do trabalho informal, assim como tem pessoas desempregadas.
Com a pandemia do Covid-19 (Novo Coronavírus), a cidade encontra-se em situação de isolamento social, assim como outras cidades, estados e países. Vai passar…