Nordeste apela ao espírito público de Bolsonaro

Imagem: Divulgação/Ascom - Gov. Ceará.

Os governadores nordestinos emitiram, na tarde desta última quarta-feira, 25, manifesto dirigido indiretamente ao presidente da república no qual afirmam disposição de seguir trabalhando por seus estados e pelo Brasil na superação da pandemia e que o momento é de esquecer diferenças políticas. “Agressões e brigas não salvarão o país”.

Ao mesmo tempo, se dizem frustrados com o posicionamento agressivo da “Presidência da República”, que deveria exercer seu papel de liderança e coalizão em defesa do país. Abaixo, a íntegra da Carta dos Governadores do Nordeste:

“Em conferência realizada na tarde desta quarta-feira, 25 de março de 2020, nós governadores do Nordeste pactuamos:

1 – O momento vivido pelo Brasil é gravíssimo. O Coronavírus é um adversário a ser vencido com muito trabalho, bom senso e equilibro;

2 – Vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência seguindo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual;

3 – Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região;

4 – É um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de vítimas fatais. A decisão prioritária e a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união, de se esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da crise;

5 – Entendemos que cabe ao Governo Federal ação urgente voltada aos trabalhadores informais e autônomos. Agressões e brigas não salvarão o País. O Brasil precisa de responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas;

6 – Ao mesmo tempo, solicitamos a necessidade urgente de uma coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres;

7 – Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil.

Assinam esta carta:
Rui Costa, Governador da Bahia
Renan Filho, Governador de Alagoas
Camilo Santana, Governador do Ceará
Flávio Dino, Governador do Maranhão
João Azevedo, Governador da Paraíba
Paulo Câmara, Governador de Pernambuco
Wellington Dias, Governador do Piauí
Fátima Bezerra, Governadora do Rio Grande do Norte
Belivaldo Chagas, Governador de Sergipe”