A Agência Brasileira de Inteligência, Abin, que acompanha a evolução da pandemia do Covid19 no país e no mundo, tem duas previsões para o Brasil, uma otimista e outra pessimista. Na primeira, considerando a expansão do contágio semelhante à da Alemanha e da França, chegaríamos a 2.062 mortos; e na segunda, crescendo às taxas de China, Itália e Irã, o total de óbitos seria de 5.571. As previsões são para o dia 6 de abril.
As projeções da agência não são exatas porque baseiam-se nos números diários do Ministério da Saúde e mais fontes oficiais no Brasil e no exterior. Assim, podem variar de um dia para outro, conforme o comportamento da pandemia, mas sinalizam uma tendência, o que no caso do Brasil se traduz em preocupação em função da posição do presidente Jair Bolsonaro em relação ao assunto.
Alemanha e França, citados na previsão otimista da Abin, mantêm desde o início uma política de severo isolamento social e fechamento de acessos, enquanto China, Itália e Irã adotaram tardiamente providências radicais de combate à propagação do vírus. São variantes básicas para os resultados verificados nesses países até o momento.
No Brasil, como se sabe, há uma guerra paralela à do Covid19: quem está atento à preservação da vida, o isolacionismo, como o ministro Luiz Henrique Mandetta e os profissionais da saúde; e quem defende a atividade econômica para reduzir prejuízos, como o ministro Paulo Guedes e os técnicos que o cercam.
O presidente Bolsonaro tem deixado bem claro o lado em que está, ao dizer repetidas vezes que nas guerras sempre morrem pessoas e que não se pode parar o país por uma “gripezinha”.
Os estudos da Agência Brasileira de Inteligência (órgão na esfera do ministro Augusto Heleno) são distribuídos, entre outros, principalmente ao presidente da república, o que leva à certeza de que Bolsonaro sabe exatamente o que está fazendo na questão do Covid19.